Por que decidiu ser candidato ao Senado?No PSol não tem decisão individual, apenas coletiva. Em 2010, eu fui candidato também, tive um bom desempenho e demostrei ter condições de debater. O pessoal levou isso em conta.
Quais as suas principais propostas?Proponho uma reforma política com financiamento público de campanha e o fim de Senado. O povo brasileiro precisa discutir o modelo atual do Senado. Sou a favor de um modelo unicameral. Ou seja, todas as atividades a cargo do Senado seriam de competência da câmara. Algumas prerrogativas que o Senado exerce poderiam ser assumidas pelos deputados federais. A existência das duas casas faz com que matérias de interesse da grande massa demorem muito tempo para serem aprovadas. Além disso, a sociedade civil tem um poder de pressão maior sobre os deputados, enquanto com os senadores é muito pequeno. Proponho uma consulta popular para acabar com o modelo atual.
Qual sua área de atuação. É nela que pretende focar caso seja eleito?Um senador representa o Brasil. Ele não é da saúde ou da educação. Não quero ser senador de tal área. Quem diz isso está enganando o eleitor. Se aparecer uma votação de qualquer tema é preciso votar. Sempre vou procurar votar com os anseios da sociedade organizada.
Como o senhor vê a representação do Paraná hoje no Senado?O Paraná está muito bem representado no Senado, desde que você seja dono de empresa de pedágio, fazendeiro ou dono de empreiteira. Hoje, os ricos do estado estão representados pelos três senadores, pois se comprometeram em representar quem colocou dinheiro nas campanhas. Eles não representam os professores, donas de casas, agricultores, os que vivem do próprio trabalho.
Como a campanha está sendo realizada? Tem doadores ou conta com recursos próprios?Internet, rua, ponto de ônibus. A campanha depende das pessoas voluntárias. As doações ocorrem dos amigos, só das pessoas físicas. Eu não aceito dinheiro de empresa, mesmo se quiser doar.
O Paraná um dos estados que mais contribuem com tributos federais, mas ocupa a 24ª posição no ranking dos investimentos regionalizados previstos no orçamento da União. Entre 2002 e 2013, o Estado pagou R$ 42,60 em impostos para Brasília para receber R$ 1 em empenho de recursos. Como o senhor pretende atuar para melhorar essa situação?Eu vejo na televisão a reclamação e fico olhando a cara de pau dessa gente. O Beto Richa e o Álvaro Dias falam que o Paraná é perseguido. Mas os nossos senadores exerceram o papel de fiscal? A discussão não é se o Paraná é perseguido, mas que O poder político paranaense não defende o interesse do estado. O Beto Richa esperou três anos pelo empréstimo para poder dizer na campanha eleitoral que a adversária atrapalhou. Se ele tivesse interesse em atender o povo do Paraná não ficaria preocupado em ter a questão do empréstimo como um marketing político. Enquanto o Paraná tiver esse tipo de política continuará sofrendo esse tipo de coisa. Se eu for senador foi infernizar o Ministério da Fazenda e o Ministério do Planejamento. Quando fui vereador em Almirante Tamandaré já fiz isso.
Com relação aos empréstimos internacionais pedidos pelo Paraná, como o senhor se posicionaria?Depende. A primeira coisa seria fazer o Beto Richa abrir a caixa preta do estado. O governo nunca mostrou o que faz com o dinheiro dos impostos. Se abrir o orçamento e explicar, eu sou a favor dos empréstimos.
Qual a sua posição sobre o uso regulamentado e medicinal da maconha?O nosso partido tem posição favorável e a regulamentação da maconha. Porque entende que isso seria uma forma de acabar com a guerra civil não declarada onde pobres são executados Brasil a fora. O povo brasileiro precisa discutir o que o Uruguai fez, por exemplo. Sou contra o uso. Sou a favor de se discutir uma regulamentação, tirar do mundo do crime.
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