Candidata critica política para o etanol
Em mais um gesto de aproximação com o agronegócio, em contraponto às críticas dos principais concorrente, Marina Silva, disse ontem que, se eleita presidente, irá corrigir as políticas "equivocadas" que o atual governo tem adotado em relação ao setor sucroalcooleiro. Marina passou por Sertãozinho (a 333 km de São Paulo) para uma visita à Fenasucro uma das maiores feiras do setor sucroenergético do mundo , e afirmou que o seu esforço será recuperar o setor, crítico à presidente Dilma Rousseff (PT) especialmente pela manutenção do preço artificial da gasolina, para conter a inflação, o que impede a remuneração ao etanol. Cerca de 70 usinas foram fechadas, 40 estão em processo de recuperação judicial. Milhares de empregos foram perdidos. É prejuízo para o equilíbrio ambiental", afirmou.
A explicação que Marina Silva (PSB) deu na quarta-feira no Jornal Nacional sobre o uso do avião na campanha de Eduardo Campos revelou uma contradição nas versões apresentadas até agora sobre o negócio. Enquanto a candidata diz que teria havido um pagamento pelo uso da aeronave, o PSB informou, em nota divulgada na véspera, que os empresários autorizaram o uso do avião e que as horas de voo seriam contabilizadas ao fim da campanha, com a emissão de um recibo eleitoral. Esse tipo de recibo é utilizado apenas para registrar doações. O PSB não se manifestou até o fechamento da edição.
O jato, de prefixo PR-AFA, caiu em Santos (SP) há duas semanas matando o ex-governador Eduardo Campos e mais seis pessoas. Pelo posicionamento de Marina, o uso da aeronave seria lançado na prestação de contas como uma despesa. O PSB, porém, em nota assinada pelo presidente Roberto Amaral, afirmou na terça-feira que o uso foi "autorizado" pelos empresários e que, no final da campanha, seria feita a soma das horas de voo e a emissão do recibo eleitoral. Em nenhum momento o material cita o ressarcimento dito por Marina.
A campanha de Eduardo Campos e Marina Silva não declarou o uso do avião na primeira prestação de contas parciais enviada ao TSE no início deste mês. Em meio a suspeitas de caixa dois, o PSB sustenta que faria a declaração no final da campanha embora a omissão de dados nas prestações parciais possa ser considerada infração grave.
A aeronave está registrada em nome da AF Empreendimentos e Participações, que aparece no cadastro da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) como operadora do jato. A empresa alega que já tinha vendido o avião para o empresário João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho. Extratos encaminhados pela AF para a Polícia Federal incluem empresas fantasmas na lista dos financiadores da compra do jato.
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