Marina cita responsabilidade de Dilma no caso Petrobras
A candidata do PSB à presidência da República, Marina Silva, disse neste sábado que a presidente Dilma Rousseff "tem responsabilidade política" com os fatos envolvendo suspeitas de corrupção dentro da Petrobras. Ela citou que Dilma está no governo há 12 anos e, inclusive, foi ministra de Minas e Energia pasta à qual a estatal está subordinada. "Não posso dizer e espero que ela não tenha responsabilidade direta" sobre tais fatos relativos à companhia. A candidata fez os comentários em entrevista coletiva em São Paulo.
Marina também destacou que o governo Dilma vai ser encerrado em condições econômicas piores do que quando assumiu. Ela citou que a administração federal admite que o crescimento do PIB será de 0,9% neste ano, bem abaixo da média de 4,6% registrada no segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Além disso, os juros e a inflação estão muito altos", destacou. Ela afirmou que um número muito grande de cidadãos estão endividados.
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Um dia depois da divulgação da pesquisa Datafolha que mostra ampliação da liderança de Dilma Rousseff (PT) na corrida presidencial, Marina Silva (PSB) afirmou neste sábado (270 que sua candidatura é "ascendente" e que seus adversários é que estão "tremendo" com a possibilidade de derrota. "Quem tem que estar preocupado com as pesquisas, sabe quem é? É aquele que gostaria de estar no segundo lugar, gostaria de ir para o segundo turno, e até agora está no terceiro lugar. E também quem está no primeiro lugar, segundo as pesquisas, e gostaria de não ter segundo turno", afirmou Marina em entrevista em seu comitê de campanha, em São Paulo.
De acordo com o Datafolha, Dilma foi de 37% para 40% das intenções de voto, enquanto Marina passou de 30% para 27%. Aécio Neves (PSDB) oscilou de 17% para 18%. Na simulação de segundo turno, Dilma tem 47% contra 43% da pessebista.
Apesar dos números, Marina afirmou estar de bom-humor e confiante. "Vocês acham que com dois minutos de televisão [propaganda na TV. Dilma tem mais de cinco vezes esse tempo], com a estrutura que temos, andando esse Brasil inteiro, de manhã, de tarde, de noite, chegar onde chegamos, vendo os dois maiores partidos e seus aliados tremendo de medo, vocês não acham que é para ficar feliz, comemorar?"
Rede
Ainda na entrevista deste sábado, a candidata sinalizou que não deve permanecer no PSB, partido ao qual se filiou em outubro de 2013 com o objetivo de participar das eleições deste ano. Marina tentou no ano passado criar sua própria legenda, a Rede Sustentabilidade, mas não conseguiu colocá-la de pé a tempo de participar das atuais eleições.
Com isso, aderiu ao projeto eleitoral de Eduardo Campos (PSB), como seu vice, assumindo a candidatura à Presidência após a morte do ex-governador de Pernambuco em 13 de agosto deste ano. Ela voltou a dizer que sua filiação ao PSB é "administrativa e temporária", até que a Rede seja criada. Apesar disso, afirmou não pretender ser a fiadora da nova legenda. "Quero convencer os meus amigos da Rede de que não dependam do meu carisma para existir, porque isso não é sustentável. Eu não quero o partido do marinismo."
Marina acusa governo de usar 'meios ilegais' para atacar sua candidatura
A candidata do PSB à sucessão presidencial, Marina Silva, acusou neste sábado (27) o governo federal de utilizar meios ilegais para tentar prejudicar a sua candidatura na reta final da campanha eleitoral. A presidenciável criticou iniciativa do chefe da Secretaria Nacional de Justiça, Paulo Abrão, de ter pedido à Polícia Federal informações sobre inquérito para apurar suspeita de corrupção e de prevaricação no Ministério do Meio Ambiente, pasta comandada pela candidata entre 2003 e 2008.
Em 2012, o inquérito foi arquivado por falta de provas. O caso foi revelado neste sábado (27) pela Folha de S.Paulo. "Nós repudiamos que estejam sendo usados os órgãos do estado brasileiro para promover qualquer tipo de crime para acusar uma pessoa que está participando do processo político", criticou. "Não achamos que o estado brasileiro deva ser utilizado lançando mão de meios ilegais para prejudicar qualquer que seja o candidato", acrescentou.
A presidenciável afirmou que sua equipe de campanha já havia recebido denúncias anônimas sobre a tentativa de integrantes do governo federal de terem acesso aos documentos do inquérito. "Nós ficamos aguardando que alguém se dispusesse a assumir a autoria das denúncias", disse. "Nós repudiamos qualquer tentativa de manipulação de informação e documento para causar prejuízo na reta final da campanha eleitoral", criticou.
A candidata concedeu neste sábado (27) entrevista à imprensa na sede do comitê central de sua candidatura, na capital paulista. Por meio de sua assessoria, Paulo Abrão afirmou que foi atender a um pedido de uma revista de circulação nacional e disse que não solicitou acesso aos autos, apenas pediu informações sobre o andamento do inquérito.
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