Marina herda eleitores de Richa e de Requião

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Marina Silva (PSB) tem 34% da preferência do eleitorado paranaense segundo levantamento realizado pelo Ibope divulgado na quinta-feira. De acordo com a pesquisa, a ex-senadora é preferida também tanto pelas pessoas que dizem votar no candidato à reeleição, governador Beto Richa (PSDB), quanto no senador Roberto Requião (PMDB). O melhor resultado da pessebista vem justamente dos eleitores do PMDB: 40% de quem apoia Requião para governador afirma preferir Marina para presidente. Entre os eleitores do tucano, a candidata tem 34% da preferência, à frente do próprio candidato do partido, Aécio Neves, que tem 33% do eleitorado de Richa.

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Mesmo entre os eleitores de Gleisi Hoffmann (PT), que votam majoritariamente na presidente Dilma Rousseff (53%), Marina vai bem, com 35% da preferência do eleitorado. "Visualizou-se no Paraná que a candidatura anti-Dilma é a da Marina", explica o cientista político Mário Sérgio Lepre, da PUCPR. Segundo ele, o eleitor no estado é historicamente avesso ao PT e acredita que a possibilidade de vencer o partido é maior com Marina Silva. No levantamento atual, Dilma aparece com 28% das intenções de voto no estado.

Essa seria a razão, portanto, para Aécio estar em terceiro lugar no Paraná, com 22% das intenções de voto, mesmo com Richa liderando a corrida pelo Palácio Iguaçu com 44%. Citando o livro "A Cabeça do Eleitor", do cientista político Alberto Carlos Almeida, Lepre lembra que PT e PSDB detêm, em média, um terço do eleitorado nacional cada um – com variações nos estados. Mais fiel que o eleitor tucano, o petista que vota em Gleisi naturalmente opta por Dilma. "[Mas] quem decide é o voto flutuante", afirma Lepre.

Para o especialista, é justamente nesse segmento do eleitorado – sem um partido preferido – que se encontra Marina. Os votos dela são "os menos consolidados" e podem migrar se surgir algum grande fato negativo sobre a candidata. Caso contrário, o cenário deve se cristalizar e Marina "vai polarizar a disputa com Dilma", diz Lepre. Mesmo acreditando que Dilma deva se estabilizar nas pesquisas, o cientista político entende que, "com o sentimento de mudança [no país]", a disputa fica "mais difícil para o PT".

Metodologia

Pesquisa Ibope encomendada pela Sociedade Rádio Emissora Paranaense S/A. Foram entrevistados 1008 eleitores em 58 municípios do estado entre os dias 01 e 03 de setembro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR) sob o protocolo nº PR–00029/2014 e no Tribunal Superior Eleitoral sob protocolo nº BR–00523/2014.