Alvo preferencial das críticas nesta etapa da campanha presidencial, a candidata Marina Silva (PSB) acusou o golpe e ontem ficou na defensiva. Ela rebateu as acusações de Aécio Neves (PSDB) de que o programa de governo do PSB plagiou o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) do governo de Fernando Henrique Cardoso. Em outra frente, Marina assegurou que haverá dinheiro para cumprir suas promessas sociais. Foi uma resposta às acusações de que incluiu em seu plano ações que custariam mais do que a União pode gastar.
O pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Mansueto Almeida, um dos colaboradores de Aécio, apresentou ontem cálculos mostrando que o programa de Marina cria R$ 150 bilhões em gastos sociais em quatro anos os quais são impossíveis, segundo ele, de serem cumpridos sem elevado aumento de impostos. Dentre as medidas prometidas por Marina estão: dobrar o número de moradias construídas no Minha Casa Minha Vida (para 4 milhões em quatro anos0; antecipar as metas do Plano Nacional de Educação (que prevê destinar 10% do PIB para a área em 2024); conceder passe livre para estudantes; destinar 10% da receita bruta do governo para a saúde; e ampliar em 10 milhões os atendidos pelo Bolsa Família.
Sem se referir diretamente às críticas da campanha do PSDB e falando especificamente sobre a meta de destinar 10% das receitas da União para saúde, Marina assegurou ontem que haverá dinheiro. "Com certeza teremos os recursos para fazer todos esses esforços", disse, ao argumentar que a postura depende de escolha política. Ela ainda reconheceu que o Brasil teve avanços importantes na inclusão social nos últimos anos e prometeu manter e ampliar os programas sociais. Marina defendeu que o Brasil saiu das políticas sociais de primeira geração, com base em conceito de caridade, e chegou às políticas sociais de segunda geração, com transferência de renda e que isso precisa ser mantido. "Mas também temos dito que chegaremos às políticas sociais de terceira geração, com inclusão produtiva", disse Marina.
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