A presidente Dilma Rousseff criticou, indiretamente, a candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, durante comício na noite desta quinta-feira no Recife. A petista condenou, sem citar nomes, o programa econômico dos adversários ao dizer que a oposição quer implantar "a receita que quebrou o País por três vezes" e disse ainda que a população não pode "aceitar os que negociam o emprego e o salário numa falsa política, sem sustentação".
"Vamos ter de entender que a verdade vai vencer a mentira, a desinformação e a cara de pau, porque tem muita cara de pau por aí". Marina foi novamente atacada quando a presidente criticou os "que viram a casaca" e "dizem uma coisa hoje e outra amanhã".
Ao usar a frase deixada pelo ex-governador e ex-presidenciável Eduardo Campos (PSB) na noite anterior à sua morte, no dia 13 de agosto, "não vamos desistir do Brasil", Dilma disse nunca ter desistido do País. "Não desisti do Brasil nem quando fui presa e torturada, porque este País é muito maior que um bando de ditadores", disse aos gritos da multidão "Dilma guerreira do povo brasileiro."
"Não mudamos de lado, nem de compromisso", destacou, ao observar que para fazer um programa de governo, "tem de fazer, tem de teimar, não desistir, ter convicção e enfrentar os pessimistas".
No seu discurso, para um público estimado em mais de 20 mil pessoas no bairro de Brasília Teimosa, segundo os organizadores, a candidata à reeleição reiterou que "todos os que colocam o pré-sal sob suspeição e falam que não tem de ser prioridade" estão contra a implantação dos estaleiros em Pernambuco e que não desejam que a educação no País avance.
Maior atração do comício, o ex-presidente Lula afirmou que a maior diferença entre Dilma e a "oposição que não tem a responsabilidade de governar" é que ela, no cargo de presidente, "não tem de achar, não tem de pensar, nem tem de acreditar, ela tem de fazer, e fazer, e fazer". Lula pregou também a realização de uma reforma política.
"A principal [reforma] que se precisa fazer no País", discursou, ao pedir a todos para antes de deixarem o local, ao final do evento, votar se aprovavam - ou não - uma assembleia nacional constituinte exclusiva para a reforma política. "Depois da reforma política, haverá facilidade para fazer outras reformas no País."
Palanque
O evento visou a reforçar as candidaturas de Dilma à reeleição e de Armando Monteiro Neto (PTB) ao governo estadual, frente ao avanço das candidaturas do PSB depois da morte de Eduardo Campos - Marina Silva para presidente e Paulo Câmara para governador de Pernambuco. Monteiro Neto aparecia como franco favorito, mas Câmara encostou e, de acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada na madrugada de hoje, os dois estão empatados com 36% da preferência do eleitorado cada um.
Lula fez questão de usar o seu bordão "nunca antes na historia do Brasil", para dizer que Pernambuco nunca recebeu tanto dinheiro do governo federal como nos governos Lula e Dilma, devido à escolha em favor do povo e contra a desigualdade social.
"Tenho consciência do que fizemos e que falta fazer muito", reconheceu Lula, ao afirmar que ele e Dilma apenas começaram a fazer aquilo que os outros não se dispuseram. "É apenas o começo de uma trajetória", observou ao citar os feitos dos governos petistas na educação, na qualificação profissional, no crescimento da economia, no enfrentamento de uma crise econômica internacional sem desempregar.
Sob os gritos de "Lula guerreiro do povo brasileiro", o ex-presidente foi ovacionado e se aproximou do alambrado que o separava da multidão, para abraçar e cumprimentar.
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