A ex-ministra Marina Silva deverá anunciar oficialmente até quinta-feira, 9, se apoiará ou não o tucano Aécio Neves no segundo turno da eleição presidencial. De acordo com informação de pessoas próximas com as quais conversou desde a divulgação do resultado da eleição, no domingo à noite, Marina tem feito consultas aos seus principais colaboradores sobre a possibilidade de oferecer a Aécio uma aliança programática para o segundo turno.
Por essa aliança, Aécio aceitaria parte do programa de governo construído por Marina Silva em conjunto com o ex-governador Eduardo Campos. Entre os pontos que ela considera principais estão a preservação das conquistas socioeconômicas obtidas nos governos de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, inclusão na agenda econômica do tucano da sustentabilidade na economia, ganho de produção no agronegócio sem comprometer a Floresta Amazônica com novos desmatamentos, 10% da receita bruta da União em projetos educacionais, principalmente escolas de ensino fundamental em turno integral, reforma tributária sem aumento de impostos e projeto de reforma política com fim da reeleição.
Marina Silva obteve 22,1 milhões de votos (21,32%), porcentual mais do que suficiente para o tucano equilibrar a disputa com Dilma Rousseff. Marina disse que pode ajudar Aécio a melhorar a performance de votos no Nordeste, se fizer uma aliança com ele. Só em Pernambuco ela conseguiu 2,3 milhões de votos, contra 2,1 milhões de Dilma e apenas 284 mil do candidato do PSDB.
As mesmas pessoas que conversaram com Marina disseram que ela, ao telefonar para a presidente Dilma Rousseff para fazer cumprimentos pela votação no primeiro turno, quis apenas ser gentil, uma espécie de tapa de pelica na petista, que usou a propaganda eleitoral para desconstruí-la ou espalhar "mentiras", na definição da ex-ministra. Marina ligou também para Aécio Neves, para cumprimentá-lo. Fora da disputa, Marina disse que está na torcida para que ambos "enobreçam" o processo democrático.
De acordo com aliados de Marina, a ex-senadora não falou nem com Dilma nem com Aécio sobre aliança nesta segunda etapa do pleito.
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