Criticada por recuos em seu programa de governo, a presidenciável Marina Silva (PSB) afirmou na manhã desta segunda-feira (22) que a sociedade não pode passar um "cheque em branco" a seus principais adversários, que até agora não apresentaram uma versão final e consolidada de suas propostas para comandar o país.
"Definimos que o polo estabilizador de nossa aliança seria um programa de governo. A sociedade não pode assinar um cheque em branco para candidatos que promovem uma polarização e que, se eleitos, não se saberá com o que eles estão comprometidos", afirmou Marina em palestra na Associação Nacional de Educação Católica, em Brasília.
A Folha de S.Paulo revelou nesta segunda que Dilma Rousseff (PT) pretende replicar uma propaganda de Aécio Neves (PSDB), segundo a qual o programa de Marina, devido a suas fragilidades, parece ter sido escrito a lápis.
Única das principais candidaturas a ter apresentado até agora um documento consolidado e detalhado com suas propostas, Marina recuou em pontos como as promessas para a comunidade gay e a política energética. Ela diz não ter havido recuo, mas apenas correção de erros na consolidação do texto do programa.
Dilma e Aécio apresentaram até agora apenas documentos genéricos no início de julho. E prometeram divulgar uma versão detalhada até a eleição. Dilma, porém, recuou devido ao receio de que virasse alvo do escrutínio dos adversários e da imprensa. Segundo ela, seu programa está claro em seu governo e vem sendo apresentado em capítulos no horário eleitoral no rádio e na TV.
Ainda em sua fala, Marina afirmou que quer "ganhar ganhando, não ganhar perdendo". "A gente ganha perdendo quando adere ao vale-tudo, quando abre mão de seus valores, e eu quero ganhar ganhando".
Uma das coordenadoras do programa de governo de Marina, Neca Setúbal afirmou que pela primeira vez as propostas de um candidato se tornam o centro do debate eleitoral. "Não há nenhuma moral ou justificativa do Aécio ou da Dilma de falarem que o programa foi escrito a lápis. Nem a lápis eles escreveram", disse.
Vou de táxi
No início da manhã, Marina participou de um evento em Brasília para marcar o Dia Mundial sem Carro. No evento, ela assinou carta se comprometendo com os pleitos defendidos pela União Brasileira dos Ciclistas e, em sua breve fala, defendeu a redução dos impostos na fabricação de bicicletas, a criação de ciclovias e o incremento do transporte público.Marina, que diz não saber andar de bicicleta, chegou e foi embora do ato de táxi.
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