O PSB deu ontem o primeiro passo oficial para escolher Marina Silva substituta de Eduardo Campos na corrida presidencial. O presidente do partido, Roberto Amaral, divulgou nota dizendo que foi aberto "processo de consultas visando a construção de alternativa política consensual a ser adotada pela Executiva" do partido.
O documento foi distribuído pouco antes do enterro de Eduardo Campos, às vésperas da reunião agendada para quarta-feira, quando não só será oficializada a candidatura de Marina como deve ser escolhido seu vice. O mais cotado é o deputado Beto Albuquerque (RS), próximo a Eduardo Campos. A decisão, entretanto, passará pelo crivo da viúva Renata Campos.
Seu nome também é citado como uma das possíveis candidatas a vice. Inicialmente, foi dito que, por ser funcionária pública e não ter se licenciado do cargo, ela estaria impedida. Aliados dela disseram, porém, que Renata está afastada do trabalho legalmente desde que saiu de licença maternidade para ter o quinto filho.
Família
O irmão de Eduardo Campos, Antônio Campos, sugeriu na tarde deste domingo (17) que a família Arraes não vai deixar a política. Ele disse que torce para que seu sobrinho João filho mais velho de Eduardo ingresse na política e assegurou que sua cunhada Renata não deve aceitar, neste momento, qualquer proposta para ser candidata. "Isso não foi colocado agora. Renata está priorizando a criação dos filhos, mas ela é quadro político importante, fez política com Eduardo também, e foi uma valorosa companheira do meu irmão", disse.
Candidata diz que manterá "compromissos"
Agências Estado e O Globo
Durante voo ao Recife, a ex-senadora Marina Silva, que era vice na chapa de Eduardo Campos (PSB), afirmou que a morte do candidato a presidente da República impõe a ela "responsabilidade" e que pretende manter os compromissos que definiu com o aliado. Marina viajou no sábado para acompanhar o velório e o enterro de Campos. "Sinto o senso de responsabilidade e compromisso que a perda de Eduardo impõe", afirmou, segundo O Estado de S. Paulo. "Penso que existe uma providência divina em relação a mim, ao Miguel [filho mais novo de Campos], a Renata [viúva do candidato] e ao Molina [sobrinho e assessor]", disse Marina ao Globo.
Na viagem, que durou aproximadamente três horas, Marina, que deve ser anunciada como a nova candidata à Presidência pelo PSB na próxima quarta-feira (20), leu trechos da Bíblia, como o Salmo 23, que traz os dizeres "o Senhor é meu pastor e nada me faltará".
Ontem, a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) disse estar à disposição para ser vice na chapa que será liderada por Marina. "Pela experiência, pelo tempo de vida na política, sobra responsabilidade. Vou me colocar à disposição para aquilo que o partido precisar de mim, não disputo nada, não quero nada, mas vou me colocar absolutamente à disposição", disse. Erundina relatou que além de seu nome estão sendo cogitados o da viúva de Campos, Renata, e dos deputados Beto Albuquerque (RS) e Júlio Delgado (MG).
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