O candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB) retomou nesta terça-feira (9) o tema da "demissão virtual" do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para criticar a gestão econômica de Dilma Rousseff. Em referência a afirmações de Dilma sobre mudanças na Fazenda em um segundo mandato, Aécio disse que "ministro você como presidente ou nomeia ou demite".
"Você não anuncia que vai demitir. Ela anunciou previamente e desautorizou o ministro da Fazenda e, por consequência, toda a equipe econômica de qualquer ação consistente. Isso afeta o mercado", disse o tucano, para quem Dilma demonstrou "irresponsabilidade" e "falta de coragem" no episódio.
Na semana passada, questionada sobre a permanência do ministro, a presidente indicou que não manteria Mantega num possível segundo mandato. "Eleição nova, governo novo, equipe nova", disse. Nesta segunda (8), após ter se reunido com o ministro, Dilma e Mantega informaram que uma eventual troca se daria por "motivos pessoais".
Em campanha em Goiânia, Aécio também mencionou o pedido de ação penal feito pelo Banco Central contra o economista e colunista da Folha Alexandre Schwartsman, por suposta difamação em críticas do economista à política monetária atual. A Justiça negou o pedido e a Procuradoria do BC disse que não recorrerá.
A atitude do BC, para o tucano, foi um "absurdo e enorme retrocesso". "As críticas [de Schwartsman] são todas elas muito procedentes. É um governo que está na defensiva", disse.
Petrobras
O tucano citou as denúncias de corrupção na Petrobras e disse que o PSDB não transformaria possíveis envolvidos ligados à sigla em "heróis nacionais". Afirmou que Dilma não pode "dizer eternamente que não sabia" de irregularidades na empresa e que a presidente se beneficiou de "uma base de sustentação [no Congresso] formada a partir do desvio de dinheiro público".
O senador mineiro, que participou de um ato político num parque da capital goiana, ao lado do governador e candidato à reeleição, Marconi Perillo (PSDB), afirmou que a "inexperiência" da presidente "custou caro ao Brasil". "Estamos com a inflação de volta, um quadro de recessão na economia, perda crescente da nossa credibilidade, os nossos indicadores sociais está piorando a cada ano. Uma nova experiência no governo não acredito que faça bem ao Brasil."
Ele manteve a linha de críticas à rival Marina Silva (PSB), apontando "falta de consistência" em propostas e citando o passado da ex-senadora no PT. "Eu acho que a Marina, por mais que tenha boas intenções --e todos temos boas intenções--, não consegue superar as suas enormes contradições", disse.
Ao lado de Perillo, a quem classificou como "um dos amigos mais próximos", ele elogiou o desempenho de Goiás no último Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) - o Estado lidera o ranking 2013 do ensino médio público. "A nossa proposta visa a fundar a nova escola brasileira, com apoio do governo federal àquelas escolas de menor rendimento. Estamos falando na qualificação cada vez maior dos professores, na regionalização dos currículos, em especial do ensino médio, para que eles possam adaptar-se à realidade econômica, social e mesmo cultural de cada uma das regiões brasileiras", afirmou Aécio.
Congresso reage e articula para esvaziar PEC de Lula para segurança pública
Lula tenta conter implosão do governo em meio ao embate sobre corte de gastos
A novela do corte de gastos e a crise no governo Lula; ouça o podcast
Crítico de Moraes e Lula e ex-desafeto de Trump: quem é Marco Rubio, o novo secretário de Estado dos EUA
Deixe sua opinião