3 visões estratégicas diferentes
Mesmo com pontos em comum, os três principais candidatos ao governo estadual têm diferenças relevantes na visão estratégica de longo prazo para o desenvolvimento paranaense
Ex-governador afirmava que o povo do Paraná é talhado para o pioneirismo
Tido como o grande unificador do Paraná ao construir a partir do Centro Cívico, em Curitiba, a capital de todos os paranaenses, o ex-governador Bento Munhoz da Rocha Netto identificou em 1969 as vocações do Paraná do amanhã
Como você imagina o Paraná daqui a 20 anos? Qual é o seu sonho para o estado no futuro? E o que pode ser feito agora para chegar lá? A Gazeta do Povo fez essas perguntas a Beto Richa (PSDB), Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB) para entender qual é a visão de longo prazo dos candidatos ao governo e o que eles pretendem fazer, caso eleitos, para construir o Paraná do amanhã. O resultado é que os três têm diagnósticos semelhantes sobre as vocações do estado, mas visões estratégicas completamente diferentes para desenvolver o Paraná. Gleisi
INFOGRÁFICO: Confira o que os candidatos desejam para o Paraná do futuro
Gleisi aposta num projeto de desenvolvimento regional como principal medida a ser tomada. "Ele deve respeitar as especificidades de cada região. É uma atuação local para uma solução global. Seja do ponto de vista econômico, social ou ambiental", diz. Na visão da candidata, é necessário ainda criar condições para que o estado aumente a industrialização da produção agropecuária, agregando mais valor aos produtos.
Ela também diz acreditar que um dos problemas que o Paraná enfrenta atualmente é a falta de protagonismo do governo do estado. "Hoje, o governo não é articulador. Não é também planejador. Por isso cada setor faz seu planejamento e tem sua própria atuação", afirma. A candidata do PT aponta ainda a necessidade da criação de um programa voltado a erradicar a extrema pobreza no estado, nos moldes do "Brasil Sem Miséria", do governo federal.
Richa
O candidato à reeleição avalia que o sucesso do Paraná depende do esforço contínuo e articulado do governo com o setor privado e a sociedade civil organizada. "Um projeto dessa envergadura precisa da educação e de suas contribuições na ciência, tecnologia e inovação", afirma. Segundo ele, o foco deve ser o agronegócio, com investimento em biotecnologia.
Para o desenvolvimento regional, o tucano aposta no fortalecimento de empresas já estabelecidas e no apoio às novas sobretudo pequenas e médias. Além disso, diz que é preciso qualificar o trabalhador. Richa também destaca que será necessária a criação de novos planos de infraestrutura, com sistemas modernos de circulação de pessoas, mercadorias e informações. O governador diz ainda que é preciso investir na saúde, segurança e assistência social para melhorar a qualidade de vida dos moradores de regiões carentes.
Requião
Requião afirma que a primeira medida a ser tomada é restabelecer o governo, reintroduzir o planejamento, reorganizar a máquina pública e sanar as finanças. O peemedebista cita também diversas ações e programas de sua antiga gestão, como a política de isenção e redução do ICMS para as pequenas empresas. O candidato destaca que o pequeno produtor rural deve ser plenamente assistido por crédito, recursos para irrigação e mecanização na lavoura.
"Gostaria, claro, de ver também uma indústria forte, tecnologicamente avançada e que fosse um espelho para o desenvolvimento nacional", diz. "A nossa agropecuária pode também contribuir para a construção desse novo tempo." Para o desenvolvimento social, o peemedebista diz que o foco deve ser o combate ao analfabetismo e investimentos em saneamento, segurança, saúde, moradia, emprego e renda.
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