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Empresas sem lastro financeiro ou com endereços fantasmas custearam o pagamento de uma dívida de R$ 1,7 milhão para a compra do Cessna Citation usado por Eduardo Campos.

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São seis empresas e pessoas que fizeram transferências bancárias para a AF Andrade em troca do uso do jato, antes da compra ser efetivada e aprovada.

A Polícia Federal já tem em mãos os depósitos feitos e sabe que algumas das fontes pagadoras da compra são firmas supostamente fantasmas. Uma delas é a Geovane Pescados, em Recife. Outra é a Câmara e Vasconcelos, que depositou R$ 159 mil.

Em nota nesta terça-feira, 26, o empresário João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho admitiu estar à frente do negócio com a AF Andrade e captou empréstimos para a quitar a dívida do financiamento. "Os valores recebidos foram para pagar parcelas vencidas do leasing do avião (...) para permitir que a Cessna, financiadora da aeronave, agilizasse a operação de venda", afirmou.

As suspeitas são que João Carlos Lyra, Apolo Santana Vieira e os demais envolvidos foram usados para ocultar a compra da aeronave no valor de US$ 8,5 milhões, com dinheiro de caixa 2 da campanha.

João Carlos Lyra é enteado do ex-senador e ex-deputado federal por Pernambuco Luiz Piauhylino Monteiro (PSB), aliado de Campos. Outros dois financiadores do negócio também divulgaram nota nesta terça-feira, 26. Um deles é filho de Piauhylino: o advogado Luiz Piauhylino Monteiro Filho. Ele diz ter emprestado a João Carlos Lyra R$ 325 mil. Pelo contrato assinado entre eles o dinheiro foi transferido no dia 14 de maio para a AF Andrade.

Por meio da mesma assessoria de imprensa usada por João Carlos Lyra, a empresa Ele Leite Ltda. - cujo nome ainda não havia sido citado na compra do jato - declarou ter emprestado R$ 727,7 mil para o empresário. O dinheiro também foi transferido diretamente no dia 15 de maio para a A.F. Andrade.

O proprietário da Ele Leite, uma micro empresa do ramo imobiliário, é Eduardo Freire Bezerra Leite, conhecido como Eduardo Ventola. Em foto divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, no sábado, 23, ele aparece com dois outros empresários de Pernambuco buscando o jato em Ribeirão Preto.

As outras três financiadoras foram a Câmara e Vasconcelos, a RM Construções e a Geovane Pescados. Elas estão sediadas em endereços fantasmas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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