Se confirmado o resultado das pesquisas eleitorais divulgadas na última quinta-feira, o Paraná deve ser colocado em segundo plano no cenário eleitoral. Com a possível vitória de Beto Richa (PSDB) no 1.º turno e um segundo turno presidencial entre Dilma Rousseff (PT), contra Marina Silva (PSB) ou Aécio Neves (PSDB), o estado sairia do roteiro dos presidenciáveis. "O mais provável é que ocorra uma certa acomodação no estado", diz o cientista político e professor da Universidade Federal do Paraná Ricardo Oliveira.
Para ele, a tendência é de que o tempo curto até a realização do 2.º turno que acontece em três semanas, no dia 26 de outubro faça os candidatos racionalizarem a campanha de rua. "Tem todo um novo material de rádio e televisão que precisa ser gravado", explica.
Segundo ele, Dilma, por exemplo, deve priorizar estados em que a militância petista esteja engajada em disputas pelo 2.º turno, caso provável do Rio Grande do Sul, com o atual governador Tarso Genro, e aqueles de maior importância eleitoral. Nesse sentido, o Paraná viria atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e do próprio Rio Grande do Sul.
A situação muda de figura se o candidato a enfrentar Dilma for o tucano Aécio Neves. "Nesse caso, um Beto Richa reeleito no 1.º turno seria de grande importância para o senador mineiro." Oliveira ressalta, no entanto, que o apoio da cúpula tucana no estado não significa a mobilização automática das bases do partido, principalmente no caso de prefeitos, vereadores e deputados de perfil mais municipalista.
"O município depende muito do governo federal e, nesse sentido, as lideranças agem sentindo a proximidade do poder. O político que apoiou o Beto não vai, necessariamente, seguir a indicação dele. Os expoentes do partido vão se mobilizar, mas nem toda legenda vai junto."
A situação mais dramática é a da candidata do PSB. "Marina não tem infantaria para a batalha", diz Oliveira. No Paraná, por exemplo, os partidos da coligação Unidos pelo Brasil (PSB, Rede Sustentabilidade, PPS, PPL, PRP e PHS) administram 39 prefeituras. Do lado de Dilma, somente PT e PMDB juntos contam com mais de 90 prefeitos aliados. Oliveira também não acredita em um esforço tucano para eleger Marina. "Pode até haver uma declaração de voto, mas não acredito que eles iriam gastar energia com ela."
Requião
Para o professor da UFPR, um segundo turno com Roberto Requião (PMDB) mudaria um pouco o jogo. "Aí a tendência seria Requião garantir um palanque forte para Dilma no estado."
Pesquisa Datafolha, em que foram ouvidos 1.367 eleitores em 51 municípios do estado, entre 1 e 2 de outubro, com margem de erro de três pontos porcentuais. Nível de confiança de 95%. Registro no TRE-PR nº 00045/2014; Registro no TSE-PR nº 009333/2014.
Pesquisa Ibope, em que foram ouvidos 3.010 eleitores entre 29 de setembro e 1 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais. Registro no TSE nº BR-00942/2014
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