A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), disse neste domingo (5) que uma eventual derrota de seu grupo político na eleição no Estado terá pelo menos uma vantagem: encerrará as discussões sobre o domínio da "oligarquia" no Estado.
O principal candidato da oposição, Flávio Dino (PC do B), lidera as pesquisas de intenção de voto desde o início da campanha e é favorito para vencer no primeiro turno.
Em entrevista após votar no colégio Santa Tereza, no centro de São Luís, no início da tarde, Roseana brincou com os jornalistas: "Vai ter uma coisa boa, agora vai sair de pauta a oligarquia. Vamos ver o que vai entrar [em pauta] agora", disse, aos risos.
A eleição maranhense teve como principal tema os quase 50 anos de hegemonia de aliados da família Sarney no comando do Estado, iniciado em 1966 e interrompido por apenas seis anos desde então.
Na atual campanha, a governadora participou de apenas dois atos públicos ao lado de Lobão Filho (PMDB), candidato apoiado por seu grupo. "Eu não tirei licença e isso dificultou [uma maior participação]. Mas meu apoio é indiscutível", disse Roseana.
Apesar de Lobão Filho e a governadora votarem na mesma escola, eles não foram juntos às urnas. Ele chegou ao colégio às 9h10, e a governadora votou depois das 13h.Durante a campanha, o candidato peemedebista se equilibrou entre defender obras da gestão Roseana e tentar se apresentar como "independente" da família Sarney.
"É verdadeiro. Ele não é um Sarney, assim como eu sou uma Sarney, mas sou diferente do meu pai, do meu irmão ou da minha mãe", disse Roseana.
"Ele quis ter sua própria estrutura, batalhar por ele próprio, acho que isso é válido. Sempre dou força para a pessoa que quer ter sua independência. Sempre fiz questão de dizer, no início da minha carreira, que gostaria de batalhar com as próprias pernas."
Ela afirmou ainda que não considera a possibilidade de derrota um revés pessoal. "Acho que é uma derrota do grupo. Democracia é isso: você ganha e você perde."
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