O baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) colocou a economia brasileira no pronto-socorro, o que exigirá uma agenda de emergência durante o período da transição para afastar o horizonte de crise. O novo governo terá de resolver questões sensíveis que ficaram na geladeira nos últimos meses para não prejudicar a campanha eleitoral.
Veja o resultado da apuração dos votos para presidente em todo Brasil
Veja o resultado da apuração dos votos para presidente no Paraná
Veja o resultado da apuração dos votos para presidente em Curitiba
Os sinais que o governo emitirá logo de início são considerados decisivos para aplacar as incertezas sobre o cenário econômico e abrir caminho para a recuperação do crescimento nos primeiros meses de 2015. De acordo com integrantes das duas campanhas, a recuperação da confiança geral no País é tida como "prioridade número 1".
A agenda inclui, de imediato, o ataque à questão fiscal, um dos pontos de maior fragilidade do País diante da ameaça real de as contas públicas fecharem o ano com o pior resultado dos últimos 17 anos. Não está descartado o risco de se chegar ao fim de 2014 com superávit próximo de zero ou até mesmo déficit.
Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo lista pelo menos 15 problemas que precisam de solução até dezembro. Dependendo da velocidade de encaminhamento dessas matérias pendentes, a economia pode iniciar 2015 melhor ou pior.
Como efeito em cascata, o fraco desempenho do PIB impediu a alta da arrecadação, tornando complexas as promessas tanto de Dilma quanto de Aécio de "apertar o cinto". Será preciso negociar a votação do Orçamento num quadro de previsão de crescimento menor (economistas do mercado esperam alta de apenas 1% em 2015). As receitas terão de ser recalculadas. E o impacto das medidas adotadas nos meses de eleição precisará entrar na conta.
Trégua
Sem uma estratégia sustentável, o próximo governo pode perder a trégua que sempre é dada pelos investidores em início de governo apontam os especialistas. O risco será de um novo rebaixamento da nota do Brasil pelas agências de rating, o que afastaria o ingresso de capital externo.
Será preciso tomar decisões sobre duas reformas no campo tributário: ICMS e do PIS e Cofins. Outro ponto em suspenso é o reajuste dos combustíveis. A despeito das dificuldades financeiras da Petrobrás, o governo adiou o aumento da gasolina para depois das eleições.
Para reforçar a arrecadação, também está na mesa a possibilidade de aumento da Cide, tributo que incide sobre os combustíveis. O governo terá de buscar recursos para bancar o custo adicional de energia. Já se sabe que os R$ 9 bilhões previstos não serão suficientes.
Se não podem ter solução para já, outros problemas conjunturais terão de receber um norte, como a convergência da inflação para o centro da meta de 4,5% ao ano, a modulação da política monetária para equilibrar o crescimento do PIB e os preços sob controle, a intervenção no mercado de dólares, a crise da indústria e o apoio às exportações, para tirar a combalida balança brasileira do saldo comercial deficitário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Desidratação do pacote fiscal escancara fraqueza de Lula e Haddad no Congresso
O que o PT dizia sobre a alta do dólar durante o governo Bolsonaro
Podcast repercute a loucura do dólar e as responsabilidades do governo Lula
Ex-ministro de Lula confessa mentira sobre agricultura familiar: “inventamos esses números”