>O resultado das eleições municipais gerou confusão em Floresta, a cerca de 30 quilômetros de Maringá, na noite de segunda-feira (8). A casa da candidata a prefeita Silvanir Pereira Higino (PT), localizada na área central, foi alvo de protesto realizado por cerca de 1,2 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar (PM).
A polícia informou que os manifestantes acusavam Silvanir de ser uma candidata laranja para beneficiar o prefeito eleito Roberto Ruiz (PP), que conquistou 2.261 votos ou 47,91% dos votos válidos.
A enfermeira Silvanir, como a candidata é conhecida, recebeu 403 votos, 8,54% dos votos válidos. Ela foi a terceira colocada no pleito, atrás de Junão (PMDB), que conquistou 43,55% dos votos válidos, além do prefeito eleito.
Os manifestantes arremessaram paus, pedras, ovos e rojões contra a residência da candidata. Pneus também foram queimados em frente e os manifestantes ameaçaram atear fogo na casa, que teve vidros quebrados.
Por conta do número crescente de manifestantes, equipes da PM de Maringá, Paiçandu, Mandaguaçu, além de agentes Polícia Federal (PF) de Maringá e até do Pelotão de Choque foram chamadas para conter os protestos.
A enfermeira, o marido e uma filha permaneceram dentro do imóvel até a chegada de soldados do Pelotão de Choque e de agentes da PF. De acordo com a polícia, a família não ficou ferida.
Mesmo com a chegada do reforço policial, os manifestantes se negaram a deixar o local e entraram em confronto com os policiais. Foram usadas bombas de efeito moral para dispensar as mais de mil pessoas que estavam em frente à residência de Silvanir. Assustada a multidão recuou. O protesto iniciado por volta das 18h30 só foi contido totalmente por volta das 23h30.
Alguns manifestantes foram encaminhados à 9ª Subdivisão de Polícia Civil, em Maringá, para as providências legais. O número de detinos não foi divulgados, mas Polícia Civil informou que todos foram liberados por volta das 2h30 desta terça-feira (8).
Equipes da PM se revezaram para fazer a segurança da família de Silvanir Pereira Higino ao longo da noite.
Hipóteses
No final da noite de segunda-feira (8), a enfermeira foi encaminhada à delegacia de Floresta para prestar esclarecimentos, mas não falou com a imprensa.
Policiais militares que isolaram a área informaram na noite de segunda-feira (8) que havia duas hipóteses para os motivos que teriam gerado as cenas de violência.
Uma delas seria a suposta traição da candidata à própria coligação. Ela teria trabalhado nos últimos dias para obter votos para o prefeito eleito José Roberto Ruiz (PP).
A outra versão indica que a enfermeira teria provocado a ira dos correligionários do candidato Junão (PMDB) que conseguiu 43,55% dos votos válidos. Eles teriam descoberto que Silvanir teria supostamente recebido dinheiro para apoiar Ruiz.
Durante a campanha, Silvanir, como candidata petista, recebeu apoio do deputado federal Zeca Dirceu (PT), que esteve na cidade participando de atos políticos, e da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman, que gravou propaganda pedindo votos para a enfermeira.
Na manhã desta terça-feira, porém, a polícia informou que o protesto se deu porque Silvanir seria laranja do prefeito eleito.
O prefeito eleito Roberto Ruiz (PP), afirmou por telefone à Gazeta Maringá que não foi beneficiado pela campanha de Silvanir. "Independente dos votos dela, nos seríamos eleitos." Ele disse acreditar que os protestos foram motivados por uma notícia falsa. "Desconheço o que motivou aquelas pessoas. Mas posso assegurar que não tenho envolvimento algum com isso."
Ruiz defendeu ainda que foi eleito após uma campanha eleitoral tranquila e que recebeu os votos da população que acreditou em suas propostas.