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Marina, Aécio  e Dilma no primeiro debate: mudança de rumos | Paulo Whitaker/Reuters
Marina, Aécio e Dilma no primeiro debate: mudança de rumos| Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O debate a ser promovido pelo SBT nesta segunda-feira deve mostrar com mais clareza a estratégia dos candidatos Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) em relação à candidata do PSB, Marina Silva. Especialistas consultados dizem acreditar que o segundo encontro será diferente do primeiro, na TV Bandeirantes, em que as críticas de Aécio e Dilma a Marina foram sutis.

"No próximo debate, Ma­­ri­­na vai ser mais testada. Até o encontro da Band, havia uma certa prevenção por parte de Dilma e Aécio, no sentido de deixar Marina andar com as próprias pernas e ver se ela ficava de pé", avalia Carlos Melo, cientista político e professor do Insper. "Não foi o que aconteceu. Marina mostrou que tem habilidade, teve desenvoltura no primeiro debate e começa a se perceber que não dá mais para preservá-la."

O cientista político e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Marco Antonio Carvalho Teixeira diz que, para Aécio, a ameaça imposta por Marina é imediata, com risco de deixá-lo de fora do segundo turno, mas a situação da presidente também já é bastante delicada. Por isso, deve se concretizar a teoria de uma trégua entre PT e PSDB para concentrar a ação contra a candidata do PSB. "A união acontecerá porque não é mais uma eleição plebiscitária. Eles vão ter que passar a direcionar o tiroteio à Marina."

Para Melo, a "artilharia mais pesada" deve ser direcionada à ex-senadora já no debate do SBT porque o prazo está curto. "Na segunda-feira vamos estar a pouco mais de 30 dias do primeiro turno. Não vai dar para eles esperarem para fazer os ataques nos últimos 15 dias", afirmou.

O cientista político e especialista em pesquisa eleitoral Sidney Kuntz também diz acreditar que as campanhas petistas e tucanas vão concentrar os esforços em desconstruir a imagem de Marina, mas pondera que é preciso tomar cuidado com ataques muito agressivos. Kuntz avalia ainda que o desempenho de Marina no último debate e também na entrevista ao Jornal Nacional mostra que a candidata está muito mais bem preparada para responder a questões "mais complicadas" do que em 2010.

Possíveis ataques

Na avaliação dos cientistas políticos, os discursos contra Marina devem focar primeiramente, como já evidenciado por interlocutores tucanos e petistas, na suposta inexperiência administrativa de Marina. Outro alvo devem ser as inconsistências da candidata na defesa de sua "nova política".

Um terceiro argumento é tentar levantar polêmicas a respeito da opinião de Marina, como no caso dos transgênicos. O calcanhar de Aquiles mais evidente seria a questão do jatinho e da suspeita de uso de empresas-fantasma para financiar a compra da aeronave usada por Eduardo Campos e também pela então vice.

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