Após declarar apoio a Aécio Neves (PSDB) na sucessão presidencial, a ala do PSB favorável ao apoio ao tucano Aécio Neves montou ontem uma chapa para concorrer à nova direção da sigla sem os nomes mais próximos ao PT e que defendiam a neutralidade ou o apoio à presidente Dilma Rousseff neste 2.º turno.
Com isso, o presidente interino do PSB, Roberto Amaral, e a deputada Luiza Erundina (SP), ficaram de fora da chapa oficial para a direção do partido no triênio de 2014 a 2017. A reunião que elegerá o novo diretório está marcada para segunda-feira.
A chapa é encabeçada por Carlos Siqueira, até então primeiro secretário do PSB. A articulação foi feita em conjunto com o grupo de Pernambuco, Estado de Eduardo Campos, que presidia a sigla até morrer em um acidente aéreo em agosto.
Fortalecido após o resultado das urnas, o governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara, ficou com a vice-presidência. Outros dois pernambucanos integram a chapa: o ex-ministro de Integração e senador eleito, Fernando Bezerra, e o prefeito de Recife, Geraldo Júlio.
Amaral era candidato à presidência, mas a articulação comandada por Siqueira e os pernambucanos o isolou. Em reação, ele acusou os correligionários do Nordeste de praticar a política do "coronelismo, enxada e voto", tese do ex-ministro Victor Nunes Leal para tratar das relações entre donos de engenho e empregados.
A articulação, além de aproximar o partido do PSDB, afasta-o ainda mais de Marina Silva, candidata à Presidência pela sigla, que foi derrotada nas urnas. Siqueira, que deve assumir o comando da sigla, se desentendeu com ela no dia em que o PSB a escolheu para ocupar o lugar de Campos na chapa presidencial.
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