O comitê de Dilma Rousseff (PT) comemorou nesta sexta-feira (19) os números da pesquisa Datafolha* que mostram que a presidente abriu vantagem sobre Marina Silva (PSB), sua principal adversária na corrida presidencial. Com o resultado, coordenadores da campanha petista querem ampliar a operação para "desconstruir" a candidata do PSB, explorando na TV e nas redes sociais o que chamam de "dubiedades" e "fragilidades" da concorrente.
Com o desgaste sofrido por Marina, a presidente se fortaleceu mais um pouco na corrida eleitoral. Segundo o Datafolha, o que até a semana passada ainda era um empate técnico se transformou numa inédita vantagem de sete pontos: 37% a 30%.
Os petistas atribuem o resultado à articulação montada pela campanha para atacar Marina. A tática foi reforçada após o debate do SBT, no começo do mês, em reunião com o ex-presidente Lula, em São Paulo.
Desde então, a campanha se mobilizou para "tirar Marina do pedestal" e "trazê-la para o debate". "Queremos bater na tecla de que Marina é uma política, candidata, e não um mito", diz um dos mais próximos auxiliares da presidente.
Na propaganda de TV, a estratégia de bater em Marina de forma "temática" gerou resultados positivos nos Estados, de acordo com os integrantes da campanha petista.
O tema de exploração do pré-sal teria ajudado a presidente no Rio, terceiro colégio eleitoral do país. O Bolsa Família teria contribuído para elevar o apoio à petista entre os eleitores do Nordeste.
Apesar da decisão de ampliar os ataques à candidata do PSB, alguns petistas no comitê se dizem receosos com a tática. A preocupação é que o método vire contra Dilma na reta final da campanha presidencial. Esse grupo defende que a presidente reforce a roupagem de "estadista" e deixe os ataques para a propaganda na TV, sob comando do marqueteiro João Santana.
*Metodologia
O levantamento do Datafolha foi encomendado pela Folha em parceria com a TV Globo. Foram ouvidos 5.340 eleitores em 265 municípios entre 17 e 18 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95% - se forem feitos 100 levantamentos, em 95 deles os resultados estariam dentro da margem de erro de dois pontos prevista. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00665/2014.