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Orlando Pessuti, ex-governador, do PMDB, foi usado pela campanha de Beto Richa no programa eleitoral para defender o candidato de ataques que não vieram | ReproduçãoTV
Orlando Pessuti, ex-governador, do PMDB, foi usado pela campanha de Beto Richa no programa eleitoral para defender o candidato de ataques que não vieram| Foto: ReproduçãoTV

Após o senador Roberto Requião (PMDB) anunciar que iria "disparar" no programa televisivo dessa segunda-feira (30) à noite uma "bala de prata" que encerraria a carreira política de adversários, o horário eleitoral do peemedebista foi usado para enaltecer o lado humano do candidato ao governo. Em vez de denúncias, o que se viu foi a candidata a vice de Requião, Rosane Ferreira (PV), destacar a influência das mulheres na vida do peemedebista. Após a propaganda eleitoral, porém, Requião usou a internet para explicar que a "bala de prata" era a revelação de que ataques contra ele que tem sido publicados na web partiram de computadores do Palácio Iguaçu, da Celepar e da Copel. Exaltado, Requião chegou a dizer que algumas das denúncias teriam sido feitas, também, de um computador da casa do governador Beto Richa (PSDB). O peemedebista ainda acusou o adversário de vazar documentos particulares da esposa dele, Maristela Requião.

Por meio da assessoria de imprensa, o governo disse que Requião está tentando criar factoides e que ninguém do Palácio tem envolvimento com o vazamento das informações.

Teorias da conspiração

Desde a terça-feira da semana passada, Requião vinha frisando no Twitter e em várias entrevistas que o horário eleitoral dessa segunda encerraria a carreira política de alguns adversários, dando margem a diversas teorias da conspiração. "O [Beto] Richa deve ficar de plantão", chegou a afirmar. O programa levado ao ar, porém, falou apenas da relação do peemedebista com as mulheres, enquanto eram exibidas fotos da mãe, da esposa e da filha dele.

Apesar de a ameaça não ter ir ao ar, a "bala de prata" de Requião causou preocupação na campanha de Richa, sobretudo porque o programa do peemedebista seria exibido na sequência do programa do tucano. Tanto é que a campanha do atual chefe do Executivo usou um longo depoimento do ex-governador Orlando Pessuti – antigo aliado, mas hoje inimigo declarado de Requião –, no qual ele dizia que o candidato do PMDB tem o histórico de fazer qualquer coisa para vencer uma eleição. "Não acredite em nada das mentiras que você vai ver a partir de agora", afirmou Pessuti, que também disse que o candidato peemedebista faz "promessas que nunca cumpre". O próprio Pessuti, no entanto, participou de duas campanhas ao lado de Requião na disputa pelo governo (2002 e 2006) na condição de vice.

Cerca de uma hora depois, Requião usou o Facebook para anunciar a "bala de prata", porque o seu site de campanha estava fora do ar por supostos ataques de Richa e seguidores dele – 150 mil ataques simultâneos, alguns de servidores hospedados na Rússia, segundo a assessoria de Requião. Munido de um laudo assinado por dois peritos particulares em crimes eletrônicos, o peemedebista afirmou ter em mãos a prova de que ataques contra ele na internet partiram da máquina estatal e, inclusive, da casa do atual governador.

Em seguida, responsabilizou Richa pelo vazamento de documentos preenchidos a mão com movimentações financeiras particulares de Requião, que teriam sido encontrados em 2010 em um cofre no Palácio das Araucárias. "Era um inventário do pai da minha mulher, que só interessa à minha família. E ele foi roubado pelos criminosos que hoje o divulgam a serviço da campanha do Beto, com o agravante de que estava no gabinete do governador", atacou. "A má-intenção fica provada porque esses documentos desapareceram há 4 anos, mas eles ficaram esperando o momento para usá-lo na eleição."

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