A disputa no maior colégio eleitoral do País se transformou num jogo de estratégia que envolve palanques informais e apoios ocultos. Do lado do favorito governador Geraldo Alckmin (PSDB), o PSB planeja montar 40 comitês "Edualdo" - chapa Eduardo Campos presidente e Geraldo Alckmin governador - em busca dos votos do PSDB. Já o Palácio do Planalto, que oficialmente está com o petista Alexandre Padilha, trabalha, sem alarde, pelo peemedebista Paulo Skaf.
"Aqui temos uma aliança em que quem é do PSB vai apoiar o Campos e quem é do PSDB, como eu, vai apoiar Aécio Neves (candidato tucano à Presidência)", disse Alckmin no feriado de 9 de julho. O governador disputa mais um mandato à frente do Palácio dos Bandeirantes.
Candidato a vice na chapa de Alckmin, o deputado Márcio França (PSB) é o principal articulador da dobradinha, considerada "estratégica" para buscar eleitores tradicionais do PSDB. Por isso, o PSB coordenará e bancará o custo das estruturas "Edualdo" - pelo menos 23 comitês já estão com imóvel alugado -, bem como do material de campanha. Adesivos (veja imagem à direita), faixas e camisetas começam a ser produzidos essa semana.
Para o PSDB nacional, a composição paulista é um problema, pois tem potencial de tirar votos de Aécio em São Paulo. A chapa é uma reconfiguração, com gosto de "revanche", das dobradinhas "Lulécio" e "Dilmasia", das campanhas de 2006 e 2010, como ficou conhecido o voto casado em Minas nos candidatos à Presidência do PT (que enfrentavam dois paulistas, Alckmin e José Serra) e nos candidatos tucanos ao governo local.
"Quando o Aécio, e depois o (ex-governador Antonio) Anastasia, garantiu em Minas, com uma bela faca nas costas do Alckmin e do Serra, o Dilmasia e o Lulécio, ele não se deu conta das rupturas partidárias que teria que enfrentar depois", diz Roberto Romano, professor de Ética e Filosofia da Unicamp. Para ele, esse fator oferece riscos para o desempenho do tucano em São Paulo. Tanto Campos como Aécio consideram que vencer bem no Estado (onde estão 22% dos votos do País) pode ser decisivo para definir se haverá 2º turno - risco que o PT da presidente Dilma Rousseff quer evitar.
Tabuleiro
Na batalha pelos 32 milhões de votos do eleitorado paulista, PT, PSDB e PSB transformarão o território estadual em um tabuleiro de War - jogo de estratégia e sorte de 1972 que simula a guerra entre continentes pelo domínio do mundo.
O apoio velado de Alckmin não é problema para o PSB. O que mais interessa a Campos é a hegemonia dos tucanos em São Paulo. O PSDB governa o Estado desde 1995, e elegeu o maior número de prefeitos em 2012 (174, contra 89 do PT e 30 do PSB). Com o Estado dividido em 15 mesorregiões, Dilma venceu José Serra, candidato do PSDB em 2010, apenas na área que engloba a Região Metropolitana. Pelas pesquisas, se dependesse de São Paulo, Aécio e Campos derrotariam Dilma num 2º turno, se a eleição fosse hoje.
Campos atacará ainda em duas frentes na batalha pelo voto paulista: buscar o eleitor que votou em sua vice, Marina Silva, em 2010, e os votos anti-Dilma - concentrados nos pequenos e médios municípios.
Para Roberto Romano, a união Campos e Marina é de "risco". "A densidade do Campos chama-se Marina Silva, que é um voto, um apoio e uma aliança incertos. É mais um incômodo amigo do que um companheiro de combate."
Em busca do eleitor anti-Dilma - a presidente tem 23% de avaliação positiva de seu governo entre paulistas -, Campos usará o discurso do voto útil. "O eleitor paulista é mais pragmático. Vota para derrotar quem ele não quer. Como em 2010 a vitória de Dilma foi por 12 milhões de votos, 100% deles vindos do Norte e Nordeste, se o eleitor paulista se convencer de que o Eduardo tem melhor chance nesses Estados, ele buscará o voto útil", diz França. (Colaboraram Isadora Peron e Daniel Bramatti) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Médicos afirmam que Lula não terá sequelas após mais uma emergência de saúde em seu 3º mandato
Saúde de Lula ameaça estabilidade do Governo em momento crítico; acompanhe o Sem Rodeios
Mudanças feitas no Senado elevam “maior imposto do mundo” para 28,1%
Congresso dobra aposta contra o STF e reserva R$ 60 bi para emendas em 2025