O embate sobre política econômica será um dos temas protagonistas no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto. Enquanto Dilma Rousseff (PT) ainda não definiu quem seria, caso eleita, o substituto de Guido Mantega no Ministério da Fazenda, o opositor Aécio Neves (PSDB) já anunciou que, caso vença, Armínio Fraga vai comandar a pasta.
No primeiro ato da corrida presidencial, a autonomia do Banco Central (BC), proposta inicialmente aventada por Marina Silva (PSB), já fora da contenda, rendeu fortes críticas à sua candidatura.
Agora, Fraga traz o tema de volta à agenda, ao admitir que a ideia não está descartada em um futuro mandato tucano. "Eu consideraria mais tarde formalizar o sistema (a autonomia da instituição), mas não é uma prioridade para os primeiros momentos", disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. O economista rebateu ainda as críticas sobre a proposta. "As críticas que foram feitas eu vejo como má-fé ou como um entendimento equivocado sobre qual é o papel do BC. O BC tem de proteger a estabilidade da moeda ou, dito de uma forma mais direta, proteger o bolso dos cidadãos."
Ex-presidente do BC no governo Fernando Henrique Cardoso, Fraga demonstra confiança numa mudança de perspectiva do mercado. "A vitória de Aécio pode mudar a cabeça das pessoas e das empresas de forma bastante radical. Hoje existe uma enorme ansiedade em relação ao futuro do País, e isso tem de mudar", diz. "Não é muito difícil de entender como se faz isso. Se um veículo caminha para o despenhadeiro e alguém assume o volante e muda a direção, é natural que se acalme bastante o espírito dos passageiros", explica ele.
Para Fraga, o Brasil vive recessão e apresenta "perspectivas limitadas de crescimento, pois investe pouco e não tem ganhos de produtividade". "Nossa proposta tem três pilares: reorganizar a política macroeconômica, a reforma tributária com foco nos impostos indiretos, que oneram imensamente as empresas, e, finalmente, a enorme carência de infraestrutura que atrapalha todos os setores da economia", enumera. "É algo revolucionário e factível, vamos entrar logo com um projeto bem arrumado para ser discutido e aprovado."
O economista acredita ser viável alcançar, passo a passo, um índice de inflação abaixo da meta atual. "Vamos restaurar o câmbio flutuante. Não vamos usá-lo para segurar a inflação, como estão fazendo hoje. A ideia é chegar primeiro na meta atual, de 4,5%, sem nenhum artificialismo. Depois, muito gradualmente, pensamos em caminhar para 3%."
- Dilma larga na frente na montagem de palanques para o 2º turno
- FHC falou com interlocutores de Marina, diz Capobianco
- Marina definirá até quinta se dará apoio a Aécio Neves
- Dilma intensifica ataques a Aécio nas redes sociais e em coletiva de imprensa
- Diap: Congresso eleito é o mais conservador desde 1964
- Apoio do PV no segundo turno será decidido na quarta
- Dilma: investidor pode fazer tudo, mas não ganha eleição
- Dilma: vamos ter dois projetos se confrontando
- Índice de abstenção para 1º turno presidencial é recorde
- PSDB quer Romário na campanha de Aécio
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink