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Você já decidiu em quem vai votar no dia 7 de outubro? O que levou em consideração na hora de fazer a escolha?
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Mais do que um exercício de cidadania, votar é um ato de responsabilidade. No dia 7 de outubro, quando escolherem o novo prefeito e os próximos vereadores, os eleitores estarão delegando quatro anos de mandato a quem vai definir os rumos da cidade. Por isso, escolher bem o candidato é fundamental. Para não chegar à urna com dúvidas, pesquisar é a palavra-chave. Conhecer bem o histórico, as propostas e as linhas de atuação dos concorrentes é o melhor caminho para ajudar na escolha.
"Não basta apenas saber o partido e o perfil básico do candidato. É preciso saber quais temas ele vem tratando durante sua carreira política e profissional", defende Luiz Domingos Costa, mestre em Ciência Política e professor da Faculdade Internacional de Curitiba (Facinter). Para o professor Ricardo Costa de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), é necessário também conhecer as atribuições relativas a cada cargo. "É muito importante que o eleitor saiba o que fazem o prefeito e os vereadores para não se deixar enganar", adverte.
A seguir, algumas dicas para ajudar a fazer a melhor escolha na hora de votar:
Histórico
Conhecer o candidato é o primeiro passo para escolher em quem votar. Para isso, busque informações não apenas sobre sua atuação política, mas também a respeito do trabalho desenvolvido por ele em sua vida profissional. "Se ele é médico, que tipo de serviço presta? Se é advogado, atuou para que organizações? Isso dará um indicativo de sua atuação na vida pública", indica o mestre em ciência política Luiz Domingos Costa. Outro fator importante é pesquisar se o candidato já esteve envolvido em denúncias de corrupção ou mau uso do dinheiro público.
Mais informações
Há algum tempo o horário eleitoral gratuito e os materiais de campanha deixaram de ser as únicas ferramentas para conhecer os candidatos. Na internet, existem sites que acompanham de perto a atuação dos agentes políticos como o Transparência Brasil (www.transparencia.org.br) e o Diap (www.diap.org.br), além de blogs e da imprensa de forma geral. Currículo e plano de governo dos candidatos também podem ser consultados no site do Tribunal Superior Eleitoral (www.tse.gov.br) e no Candibook da Gazeta do Povo (www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/candidatos).
Afinidades
Não se contente com o chavão "priorizar a saúde e a educação", entoado por grande parte dos candidatos. Muitos deles, até mesmo por suas áreas de atuação, têm ações voltadas para determinado segmento. "É impossível ao eleitor acompanhar a atuação dos políticos em todas as áreas. Portanto, ele pode escolher aquelas com as quais tem mais afinidade e fazer as escolhas conforme suas preferências", recomenda Luiz Domingos Costa. Meio ambiente, cultura, urbanismo e agropecuária são alguns exemplos dessa segmentação. Pesquise as propostas do candidato para as áreas do seu interesse e questione como elas poderão ser concretizadas.
Atribuições
Você sabe exatamente o que faz um prefeito e um vereador? É fundamental ter ciência das atribuições que cabem a cada um dos cargos, a fim de não se deixar levar por falsas promessas. Enquanto o prefeito é responsável por gerenciar os recursos públicos, definindo obras e programas a serem executados no município, cabe ao vereador propor leis e fiscalizar a atuação dos gestores municipais. "O vereador é um formador de políticas públicas, não um prestador de serviços", alerta o professor de Ciência Política Ricardo Costa de Oliveira.
Laços políticos
Na política, o famoso ditado "diga-me com quem anda e te direi quem és" faz todo o sentido. Apesar de algumas relações se transformarem de uma eleição para outra, o apoio prestado ou recebido por um candidato revela muito sobre a conduta que ele tende a adotar, caso venha a ser eleito. "Verificar os laços políticos entre os candidatos é de grande importância, especialmente para saber se existe coerência nas alianças", diz o cientista político Luiz Domingos Costa. Por isso, conhecer as diretrizes do partido pelo qual a pessoa concorre também é essencial.
Sem benesses
Trocar o voto por dinheiro, combustível, consulta médica, jantar, cesta básica, qualquer outro produto ou serviço não é apenas um mau negócio. É crime eleitoral, que deve ser denunciado às autoridades competentes. "Não é papel do candidato ou mesmo do agente político oferecer benesses à população", reforça o cientista político Ricardo Costa de Oliveira. Basta ao eleitor partir do princípio que, se o candidato comete um crime antes mesmo de ser eleito, a preocupação deverá ser ainda maior caso ele venha a assumir um cargo público.
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