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 | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

De passagem por Brasília para participar do ato de apoio do PSC a Aécio Neves (PSDB) no segundo turno presidencial, o deputado estadual eleito Ratinho Júnior (PSC) admitiu ontem as articulações para concorrer à presidência da Assembleia Legislativa. "Se for para uma construção boa, com outros partidos que também trabalhem para aumentar a transparência da Assembleia, para podermos fazer um Parlamento mais próximo do cidadão, mais aberto para a imprensa, eu estou à disposição. Seria uma grande honra", disse ele, dono de 300 mil votos na última eleição. Veja o resultado da apuração dos votos de todos os candidatos a deputado estadual no Paraná

Durante a campanha, o sr. planejava fazer uma bancada de 10 a 12 deputados estaduais do PSC para então falar em disputar a direção da Assembleia e até mesmo o governo do estado em 2018. A previsão se concretizou. E agora?

A estratégia, que deu certo, foi pensada no sentido de ganharmos musculatura partidária. Antes, nós conseguimos fazer a maior bancada na Câmara de Curitiba e agora a maior da história da Assembleia, mesmo sem termos um candidato a governador do partido. Foi um projeto muito bem feito também dentro do conceito de criarmos líderes regionais. A gente elegeu bons nomes de Campo Mourão, Umuarama, Cascavel, Foz do Iguaçu, Curitiba, Londrina e Maringá. Criamos lideranças regionais. Muitas delas podem se tornar prefeitos ou ter candidatos a prefeito em 2016. Agora vem um segundo trabalho que é de posicionamento dentro da Assembleia, que depende da nossa união. Nós temos um compromisso com o governador Beto Richa de sermos da base dele, até porque nós ajudamos a elegê-lo e acreditamos no projeto que ele tem para o Paraná. Mas, é claro, com a consciência de fiscalizarmos a boa aplicação do dinheiro público. O seu bloco de partidos e alianças já pode ser considerado uma força política que anda com as próprias pernas?

Nós temos autonomia, pensamos em cima do nosso projeto. Mas mantemos um bom diálogo, que não nos impede de conversarmos com o PSDB, com os partidos da base do governador. Isso não nos impede de ajudar Beto Richa a fazer um bom governo. Mas vocês então não serão mais um satélite de Richa e do PSDB, é isso?

Nunca fomos, nem podemos ser. Se não a gente sempre vai ficar a reboque do projeto dos outros. Nós fazemos parte do plano do governador que é de fazer um bom governo, mas temos a independência de tomar as nossas decisões.

Sobre a Assembleia, o sr. quer ser presidente?

Não é querer. Eu acho que estou preparado para isso. Quem quer hoje é o partido, são os deputados do partido. Até pela legitimidade de termos a maior bancada, de conseguirmos uma votação expressiva. Alguns líderes de outros partidos já me ligaram falando sobre essa possibilidade. Então, estamos conversando. Eu fico muito feliz com isso. Se for para uma construção boa, com outros partidos que também trabalhem para aumentar a transparência da Assembleia, para podermos fazer um Parlamento mais próximo do cidadão, mais aberto para a imprensa, eu estou à disposição. Seria uma grande honra.

Quais são as suas condições? O sr. enfrentaria um outro candidato que fosse apoiado pelo governador?

Não tem condição. Acho que tem que haver uma discussão. Temos aí mais 90 dias para se criar uma construção. Tudo que está sendo falado agora é pelo calor do resultado da eleição e pelo anseio particular de algumas pessoas. Eu não quero ser um candidato meu. Quero ser um candidato que os colegas entendam que possa ser um bom representante para a Assembleia. Se eu for lá para ter que ficar brigando com três, quatro, acho que talvez eu não contribua.

Quem tem procurado para oferecer apoio?

Eu não posso falar em nomes porque eles talvez também estejam falando com outros candidatos, mas teve vários representantes de outros partidos, inclusive da base do Beto e até do partido dele, que me procuraram. A gente tem conversado e eu tenho me colocado à disposição de construir. Não conversei pessoalmente com ninguém ainda. Primeiro vou conversar com o meu partido, na segunda-feira, com nossos 12 deputados. O sr. acha que contaria com o apoio do governador?

Não sei. Até porque não sei se ele tem um compromisso com outro nome. Não acredito que ele teria antecipado esse tipo de negociação para antes da eleição, até porque não é o perfil dele. E acho que também ele vai, de certa forma, se posicionar com uma certa distância. Se ele perceber que tem um ou mais candidatos da base dele, não vai querer entrar nesse confronto.

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