Teste compara ideologia do eleitor e do candidato

Uma das formas possíveis de escolher um candidato em quem votar é buscar saber se ele pensa de forma parecida com a sua. A Gazeta do Povo, dentro da campanha do Voto Consciente, levantou o posicionamento político-ideológico de cerca de 700 concorrentes paranaenses que compareceram à Redação para participar do projeto Portal do Candidato/Candibook. Eles gravaram entrevistas contando quais são suas principais propostas e também responderam a dez perguntas que identificam o posicionamento de cada um em relação a temas polêmicos. Ao completar o questionário, a ferramenta – chamada diagrama de Nolan – mostra se o candidato está mais à direita ou à esquerda ou se ele é mais estatista ou liberal/libertário. Além de observar as respostas dos candidatos, o leitor também pode ele mesmo responder ao questionário. A seguir, pode comparar sua postura ideológica com a dos candidatos em que pretende votar para ver se eles pensam do mesmo modo. O teste pode ser respondido em poucos minutos.

INFOGRÁFICO: Veja com quem você se parece

VÍDEO: Assista à explicação sobre o Diagrama de Nolan e o significados dos termos estatista, centrista e libertário

De acordo com a cientista política Luciana Veiga, professora UFPR, o eleitor que tem uma mobilização ideológica provavelmente já tem mais claramente na cabeça a sua relação com os candidatos escolhidos. Mas mesmo para esses, testes do gênero podem ajudar a esclarecer dúvidas ou a reforçar posicionamentos. E, para o eleitor que tem menos clara sua posição ideológica, essa é uma informação a mais para a tomada de decisão.

"É importante inclusive para o eleitor que quer comparar a ideologia do seu candidato ao Executivo com a dos candidatos ao Legislativo em que ele pretende votar. Se quiser pensar em governabilidade, ele pode preferir dois políticos que pensam de maneira semelhante. Se preferir garantir que o governo será fiscalizado, pode escolher perfis opostos", afirma Luciana. Segundo ela, um candidato que não tenha ideologia mais marcada pode ter tendência a ser cooptado pelo governo durante o mandato.

Diagrama

O Diagrama de Nolan foi criado pelo cientista político norte-americano David Nolan em 1969. A intenção dele era mostrar que os políticos não deviam ser analisados apenas de acordo com o critério tradicional de esquerda e direita, marcados pelo aspecto econômico. Por esse critério, os políticos são considerados de direita normalmente quando tendem a apoiar um governo que intervenha pouco na economia e custe pouco para o cidadão. A direita também tenderia a defender a família e valores tradicionais. A esquerda prefere um governo mais forte que promova maior igualdade entre as pessoas e defende direitos de minorias.

Segundo Nolan, no entanto, era importante identificar também o posicionamento dos políticos em relação às liberdades individuais. Ele próprio se considerava um libertário: grupo que quer a menor intervenção possível do Estado sobre a vida do cidadão. Em oposição a isso estariam os estatistas, que acreditam que é papel do governo estabelecer o direito de interferir mais na vida de cada um em nome do bem comum.