Após participar de uma missa de sétimo dia da morte de Eduardo Campos e outras seis pessoas, a ex-senadora Marina Silva, principal nome para assumir a candidatura à Presidência da República na chapa do PSB, pediu nesta terça-feira (19) que a trajetória de seu aliado seja tratada como "legado" e não como "herança".
"Nosso esforço, de todos os brasileiros nesse momento, independente de partido, é de que seu esforço e sua trajetória, sua insistência em renovar a política não seja tratada como herança, onde cada um pega um fragmento do despojo, mas que seja tratado como um legado em que quanto mais pessoas puderem se apropriar dele, melhor fica", afirmou.
Ela não respondeu a nenhum questionamento e não falou sobre o seu futuro na campanha eleitoral. Marina se limitou a tecer elogios ao colega. "Perdemos uma jovem liderança em todo o seu vigor físico e de seu compromisso e coragem para dar a contribuição que o Brasil precisa", disse.
Segundo a ex-senadora, Campos escolheu lutar pela "nova política", principal mote eleitoral da dupla. "Não se rendeu às críticas e continuou com sua bandeira empunhada até o último momento pedindo que não desistíssemos de lutar pelo Brasil".
A missa de sétimo dia em Brasília foi organizada pelo PSB e foi realizada na Catedral Metropolitana de Brasília e reuniu cerca de 500 pessoas. Compareceram o vice-presidente, Michel Temer, os ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, da Aviação, Moreira Franco, e da Cultura, Marta Suplicy, o presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Augusto Nardes, senadores e deputados.
"Todos rezaram para guardar no seu coração a memória do homem público Eduardo Campos", disse Temer. A missa foi celebrada sob o comando de Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília.
Marina chegou a Brasília na noite desta segunda-feira (18). Ela participará de uma reunião nesta quarta-feira (20) com integrantes do PSB e da Rede para discutir a oficialização do seu nome como candidata e a indicação de um novo vice. O PSB está reunido em Brasília e no Recife.
Vice
O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, não compareceu à cerimônia porque ficou no Recife para continuar as discussões sobre a escolha do vice de Marina. O mais cotado para o posto, deputado federal, Beto Albuquerque (PSB-RS), viajou à capital pernambucana na manhã desta terça-feira (19) para as conversas.