Funcionários da Prefeitura do Recife começaram na manhã desta quinta-feira (14) a preparar o cemitério de Santo Amaro, no centro da cidade, para o enterro do ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), que morreu no dia anterior (13) num acidente aéreo.

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● Leia a cobertura completa da morte de Eduardo Campos

Campos será enterrado no mesmo túmulo onde estão os copos do ex-governador Miguel Arraes (1916-2005), avô do presidenciável, Carlos Augusto Arraes (1950-2010), irmão dele.

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O enterro ainda não tem data prevista para acontecer porque depende da coleta dos restos mortais das vítimas do acidente. Os túmulos no entorno do de Arraes estão mal conservados e por isso recebem às pressas uma mão de tinta.

Por enquanto ainda não grande movimentação no local. Pela manhã, apenas o agricultor e servente aposentado José Rosa de Santana, 69, que se diz devoto de Arraes visitava o túmulo, rotina que cumpre todos os meses desde que o avô de Campos morreu.

"Gostava de Eduardo. Fiquei assustado quando soube, minha pressão subiu. Ele era jovem e uma boa pessoa", afirmou Santana, que se disse eleitor de toda a família de Arraes. Depois de ir ao velório e ao enterro de Arraes, ele disse que pretende fazer o mesmo com as cerimônias de Campos.

Perplexos

Nas ruas do Recife, o clima é de perplexidade. Nas esquinas de vários bairros, pessoas veem as capas dos jornais com cara de incredulidade. A rua do Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, está interditada. Em frente, há apenas jornalistas.

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Do lado de dentro, poucos funcionários já trabalhavam no início da manhã. Muitos vestem preto e alguns assistem calados aos telejornais locais que nesta manhã são praticamente monotemáticos. O velório acontecerá no palácio, mas ainda não tem data certa.

Acidente

O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49, morreu nesta quarta (13) em acidente aéreo em Santos, litoral paulista, onde cumpriria agenda de campanha. O jato Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, partira do Rio e caiu em área residencial.

Dois pilotos e quatro assessores também morreram, e sete pessoas em solo ficaram feridas. Os restos mortais removidos do local do acidente chegaram na noite desta quarta-feira (13) na unidade do IML (Instituto Médico Legal) na rua Teodoro Sampaio, no bairro Pinheiros, em São Paulo. A Aeronáutica investiga a queda.

Governador de Pernambuco por dois mandatos, ministro na gestão Lula, presidente do PSB e ex-deputado federal, Campos estava em terceiro lugar na corrida ao Planalto, com 8% no Datafolha. Conciliador, era considerado um expoente da nova geração da política.

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O PSB tem dez dias para anunciar eventual substituição do candidato. Adversários na disputa, PT e PSDB já se preparam para enfrentar Marina Silva, a vice de Campos. Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) decretou luto oficial de três dias e afirmou que o acidente "tirou a vida de um jovem político promissor". Também presidenciável, Aécio Neves (PSDB) disse ter perdido um amigo.

Marina declarou que guardará dele a imagem de "alegria" e "sonhos". Campos morreu num 13 de agosto, mesmo dia da morte do avô, o também ex-governador Miguel Arraes (1916-2005). Campos deixa mulher, Renata Campos, e cinco filhos, o mais novo nascido em janeiro. "Não estava no script", disse Renata.

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