Aécio em campanha: mea culpa sobre aeroporto da cidade de Cláudio é tentativa de encerrar o caso| Foto: Orlando Brito/Coligação Muda Brasil

Denúncia

PSDB pede investigação de 7 ministros por campanha na hora do trabalho

Folhapress

O PSDB ingressou ontem com pedido para a Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar a participação de sete ministros do governo que acompanharam a presidente Dilma Rousseff em evento de campanha realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na quarta-feira, em Brasília. Na ação, os tucanos afirmam que Dilma cometeu ato de improbidade administrativa ao levar ministros, no horário de expediente, em um ato que é de sua campanha à reeleição. Na representação, o PSDB afirma que a legislação brasileira veda a participação de servidores em atos de campanha no horário de expediente. Os ministros que a acompanharam foram: Aloizio Mercadante (Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda), Mauro Borges (Desenvolvimento), Thomas Traumann (Comunicação Social), Garibaldi Alves (Previdência), Clelio Campolina (Ciência e Tecnologia) e Guilherme Afif (Micro e Pequena Empresa). O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, também acompanhou a presidente.

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Desgastado desde o último dia 20 pelo caso do aeroporto do município de Cláudio (MG), o candidato a presidente Aécio Neves (PSDB) optou por assimilar o golpe e investir na estratégia de reduzir os danos. Ele chamou jornalistas no fim da tarde de quarta-feira para admitir pela primeira vez que pousou "algumas poucas vezes" no aeroporto – construído pelo governo de Minas quando Aécio era governador ao custo de R$ 14 milhões. O terreno em que está o aeródromo pertencia a um tio do tucano. O aeroporto fica a apenas seis quilômetros de uma fazenda de propriedade do próprio tucano.

Aécio vinha sendo questionado pelo uso da pista, que ainda não é homologada pela Anac e por isso não poderia ser usada por aviões, apenas por helicópteros. O mea culpa de Aécio é uma estratégia para tentar encerrar, de uma vez por todas, o assunto que vem perseguindo o candidato em todos os encontros com jornalistas. A esperança agora é mudar a agenda negativa, para que o candidato volte a discutir suas propostas e a criticar o governo federal.

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Aécio destacou que "não houve nenhuma ilegalidade na construção do aeródromo" e reconheceu que "houve um equívoco" por não ter se preocupado "em examinar em que estágio o processo de homologação estava". "Este é um equívoco e eu quero reconhecer", afirmou. O tucano minimizou o desgaste que vem sofrendo por conta do assunto, mas admitiu que o caso lhe "incomoda". "Não posso acreditar que seja nada avassalador. Incomoda? Incomoda porque as coisas não estavam claras. Eu demorei [a dizer se havia ou não pousado em Cláudio] exatamente porque, para mim, o essencial era que a acusação grave e frontal que me foi feita ficasse esclarecida. E ela está esclarecida, não houve benefício de parente."

Ontem, após o evento de inauguração de seu comitê em Minas, disse que a obra do aeroporto foi "corretíssima" e "planejada" e que é importante para estimular o desenvolvimento de toda uma região não só o do município onde está localizado.