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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O tema “Política pública sobre drogas” passou à margem do debate eleitoral em Curitiba, mesmo estando direta ou indiretamente ligado a temas que são prioritários para eleitor, como educação, saúde e segurança pública.

No final de agosto, o IBGE lançou pesquisa que aponta a necessidade de priorizar a área. Ela mostrou que dos cerca de 2,6 milhões de estudantes que cursavam o 9º ano do ensino fundamental no país em 2015, 55,5% (1,5 milhão) já havia consumido uma dose de bebida alcoólica alguma vez, percentual superior ao observado em 2012 (50,3% ou 1,6 milhão). A proporção dos que já experimentaram drogas ilícitas subiu de 7,3% (230,2 mil) para 9,0% (236,8 mil) no mesmo período.

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Por isso, reforçar a integração multidisciplinar é a principal necessidade sugerida por especialistas ouvidos pela reportagem da Gazeta do Povo para os próximos quatro anos. É também a crítica feita por eles à gestão do prefeito Gustavo Fruet (PDT) nesta área.

Para a doutora em educação e membro do Conselho Municipal de Política sobre Drogas (Comped), Araci Asinelli da Luz, falta uma articulação para integrar totalmente as áreas em torno do tema. “Ainda não há uma visão concreta do que precisa [nas áreas]. A saúde se preocupa em correr atrás de vaga para os dependentes, por exemplo”, afirmou.

No caso da educação, de acordo com ela, os professores da rede pública ainda têm dificuldades de tratar do tema. Em 2014, o prefeito acabou com a Secretaria Antidrogas, fato considerado como positivo, já que retiraria o foco repressivo no trabalho sobre drogas no município. Mas ainda não foi suficiente. Foi criado um departamento ligado à pasta da Saúde.

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“Não podemos dizer que não avançou. Falta investir no tema como prioridade. Há muitas ações, mas tímidas para o tamanho do problema no município”, lembrou Araci, ao mencionar o consultório de rua.

Segundo Araci, apesar disso, é preciso ainda parar de correr atrás da consequência e olhar para a origem dos problemas. “Há uma dinâmica social, que aumenta demanda por drogas e precisamos falar mais sobre isso”, comentou.

Para a doutora na área de dependência química pela UFPR e ex-integrante do Conselho Estadual de Política Sobre Droga, Roseli Boergen de Lacer, o principal problema é que, apesar da vontade em integrar, o tema dentro das secretarias sempre é colocado em segundo plano. “Ainda se pensa de forma muito isolada”, mencionou. Roseli lembrou a necessidade de envolver mais a sociedade na prevenção.

“Está mais do que na hora de se discutir um novo rumo para política sobre droga. A guerra contra elas é um modelo falido, que os Estados Unidos já deixaram de lado. Agora é o momento de cobrar”, afirmou.

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