Disputa pela prefeitura de Curitiba tem duas mulheres: Xênia Mello (à esq.) e Maria Victoria| Foto: Pedro Serápio e Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Cinco municípios do Paraná terão, com certeza, uma mulher à frente da administração municipal a partir do dia 1º de janeiro de 2017. Nas cidades de Farol, no centro do estado, Flórida e Rancho Alegre, no norte, e Jardim Olinda, no noroeste, as disputas eleitorais se dão apenas entre candidatas mulheres. Em Altamira do Paraná, também na região central, apenas uma candidata disputa a reeleição.

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Isto coloca o estado como um dos que mais terá disputas eleitorais apenas entre mulheres, perdendo apenas para São Paulo e se igualando a estados como o Rio Grande do Norte e Maranhão, que, normalmente, ficam acima da média nacional quando o assunto é mulheres eleitas.

No Brasil

Em todo o país, 51 cidades terão disputas apenas entre mulheres, enquanto 1.047 municípios têm pelo menos uma candidata. Do total de candidaturas, as médias nacionais ficam acima das registradas no Paraná. No Brasil, 12,97% das candidaturas registradas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para disputas de prefeitura são de mulheres.

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Mesmo sendo mais da metade da população paranaense - 50,6%, de acordo com o IBGE - a representatividade das mulheres nas eleições e nos cargos eletivos ainda é baixa. Em 107 cidades paranaenses, a disputa pelo maior cargo da administração municipal tem pelo menos uma mulher - nos outros 292, só homens participam da disputa.

Hoje, 9,7% dos municípios do Paraná são comandados por elas - mesmo porcentual do número de candidatas mulheres no estado. Ou seja, mesmo com cinco disputas exclusivamente femininas, o número de prefeitas no estado não deve aumentar em 2016.

Para a socióloga do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), Adriana Vale Mota, o número de mulheres nas disputas eleitorais ainda é ínfimo. “Se considerarmos o número de cidades, a participação ainda é muito pequena. É preciso que a presença de mulheres corresponda à importância que a mulher tem na sociedade”, afirmou. De acordo com ela, as disputas que tem apenas mulheres concorrendo também não são ideiais. “O ideal é que a disputa tenha diversidade, assim como se vê na sociedade: mulheres, homens, candidatos negros. A disputa eleitoral precisa refletir a diversidade da sociedade brasileira”, disse.

Mais vices do que prefeitas

Nas candidaturas para vice, a participação de mulheres é maior. São 171 candidatas - 15,3% do total. Para Adriana, esse fenômeno merece um olhar mais apurado. “Mesmo assim, as mulheres não devem se satisfazer com esse aumento e buscar cargos de destaque no executivo”, disse.

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A socióloga destaca ainda que o avanço na abertura do espaço político para mulheres existe, mas caminha a passos lentos. “Como os avanços são pequenos, qualquer fato a mais a gente comemora. Mas ainda estamos sedentas e a caminhada ainda é longa”, concluiu.