O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) reconheceu há pouco a derrota na campanha eleitoral pela prefeitura do Rio para o senador Marcelo Crivella (PRB), destacando que a disputada política "não termina hoje". "É importante dizer para os adversários que nada termina hoje. Hoje começa uma luta organizada pelo Rio de Janeiro. Nada termina hoje", afirmou Freixo, em discurso a militantes na Cinelândia, no Centro do Rio.
Infográfico: veja o resultado das eleições 2016 em todas as capitais brasileiras
Segundo o candidato derrotado, o resultado da campanha não é determinado pela eleição. "O nosso compromisso com esta cidade, com a democracia, com o Brasil, não é determinado por uma eleição ou por outra. Queríamos, sim, ganhar a eleição, e fizemos de tudo dentro do campo ético. Não cedemos um milímetro de nosso programa, do que pensamos", afirmou Freixo aos militantes. "Esta cidade é nossa, é maior do que as urnas", completou o deputado estadual.
Com 99,9% das urnas apuradas, às 19h42, Crivella teve 59,37% dos votos válidos, contra 40,63% de Freixo.
Veja os números da apuração no Rio de Janeiro
Abstenção
O índice de abstenção na disputa pela prefeitura do Rio foi superior ao número de votos conquistados pelo candidato Marcelo Freixo (PSOL). De acordo com o TSE, 1,3 milhão de eleitores aptos a votar, ou 26,85% do total, não compareceram às urnas neste domingo, enquanto o candidato do PSOL somou 1,158 milhão, 40,65% dos votos válidos. O candidato do PRB Marcelo Crivella foi eleito o novo prefeito do Rio, com 1,6 milhões de votos.
A abstenção cresceu em relação ao primeiro turno, quando 1,189 milhão, 24,3% do eleitorado, deixou de votar. O número também foi maior que o registrado em 2008, último ano em que houve segundo turno no Rio. Naquele ano, a abstenção chegou a 20,2%, o que correspondeu a 927,250 mil eleitores.
Dívidas
Crivella tem uma dívida eleitoral de pouco mais de R$ 1 milhão. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a campanha de Crivella arrecadou até esta sexta-feira R$ 7,57 milhões. Em contrapartida, a despesa somou R$ 8,6 milhões. Pela legislação eleitoral, o candidato tem até 30 dias depois das eleições para saldar a diferença, por meio de novas doações.
Do total de doações ao candidato, R$ 7,4 milhões correspondem a recursos financeiros e R$ 160 mil são recursos estimáveis – ou seja, quando alguém doa, por exemplo, a prestação do serviço em vez de dinheiro. Apenas 3,4% dos recursos de campanha vieram de pessoas físicas, que colaboraram com R$ 261 mil. O restante veio do partido dele, o PRB.
Os principais fornecedores da campanha foram uma produtora cultural, uma gráfica e três empresas de comunicação. A maior parte dos gastos da campanha, correspondentes 23% do total, ou R$ 2 milhões, foram com publicidade por materiais impressos.
A campanha de Marcelo Freixo foi mais barata e, até sexta-feira (28), estava superavitária. O candidato do PSOL arrecadou R$ 1,52 milhão e gastou R$ 1,18 milhão. Por lei, as sobras de recursos devem ser destinadas ao partido do candidato quando termina a campanha, ou aos partidos que compõem a coligação.
Embora tenha recebido menos dinheiro que o adversário, Freixo concentrou na campanha mais doações de pessoas físicas, com R$ 389 mil. O valor representa 25% do total de doações. As doações vindas de partidos somaram R$ 392 mil, ou 25% do total. Já as doações pela internet representam 49%, com R$ 729 mil. Do total de doações para Freixo, R$ 1,47 milhão foram em recursos financeiros e apenas R$ 53 mil em recursos estimáveis.
A maior parte dos gastos de campanha foi também com publicidade por materiais impressos. A despesa foi de R$ 363 mil, ou 31% do total. Os serviços prestados por terceiros somam R$ 238 mil, ou 20% do total. Os candidatos ainda enviarão à Justiça Eleitoral uma prestação de contas final.
CCJ deve passar para as mãos do Centrão e pautas conservadoras podem ficar travadas
Médicos afirmam que Lula não terá sequelas após mais uma emergência de saúde em seu 3º mandato
Conjuntura internacional pode concretizar acordo entre Europa e Mercosul, mas Lula quer o crédito
Podcast analisa o primeiro ano de Javier Milei como presidente da Argentina
Deixe sua opinião