O deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse que “muita água vai rolar debaixo da ponte até a próxima eleição” e que ainda vai entrar com recursos contra o processo que tirou seu mandato na Câmara. Após votar em uma escola na Barra da Tijuca, bairro onde mora no Rio, o ex-deputado preferiu não revelar seu candidato a prefeito “em respeito ao partido” e disse que seu livro sobre o processo de impeachment sairá até o fim do ano.
“Em respeito ao meu partido eu não vou falar do prefeito, mas com certeza não votei em quem votou contra mim”, disse, alfinetando o candidato do PMDB, Pedro Paulo. A presença de Cunha dividiu os eleitores na zona eleitoral. Uma mesária se despediu ironicamente do político com um “tchau deputado cassado”. Algumas pessoas, como o ex-jogador do Flamengo Nunes, cumprimentaram Cunha e pediram até para tirar fotos.
O ex-deputado foi hostilizado por um eleitor enquanto conversava com a imprensa. “O senhor é um verdadeiro palhaço”, gritou Pedro Bevilaqua de Lucca, 28. Cunha revidou com a frieza habitual. “Vai, petista. (...) Tem os dois lados da reação. Tem outras pessoas tirando foto, como você viu. Estou habituado”, disse. O eleitor negou ser filiado a qualquer partido.
Eduardo Cunha afirmou que vai entrar com recursos contra a cassação de seu mandato e inelegibilidade. “Até a próxima eleição ainda tem muita água pra rolar debaixo da ponte. Ainda vou entrar com alguns recursos, algumas ações no Supremo, já entrei com embargo na Câmara. Eu não diria a você que esse assunto está sepultado ainda não”, disse.
O deputado cassado contou que tem trabalhado 15 horas por dia em seu livro, no qual contará bastidores do processo de impeachment, e que deve ser lançado até o fim do ano. “Está indo de vento em popa”, garantiu, dizendo que está praticamente certa a escolha da editora, mas que manterá o nome em segredo.
Questionado sobre possíveis denúncias a serem abordadas no livro, Cunha disse que fará “um livro de História”. “Eu não disse que vou fazer denúncia, vou fazer um livro de História”, afirmou, explicando que pretende encerrar a narrativa no dia 18 de abril, quando entregou para o presidente do Senado, Renan Calheiros, a decisão da Câmara.
O ex-deputado do PMDB se esquivou de avaliar o governo do presidente da República, Michel Temer (PMDB). “Acho que está muito cedo para avaliar. Depois da eleição é que vai começar de verdade”, disse.
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