Não é só o tom da campanha eleitoral que mostra o acirramento da disputa pela prefeitura de Curitiba. As pesquisas apontam para a briga mais ferrenha pelo comando da capital desde o pleito de 2000. Naquele ano, a diferença entre os dois candidatos que chegaram ao segundo turno era de 4 pontos porcentuais a um dia da eleição. Agora, segundo o Ibope*, Rafael Greca (PMN) e Ney Leprevost (PSD) estão separados por apenas 1 ponto – portanto, empatados tecnicamente.
Confira um raio-x completo de Leprevost e Greca
Encomendado pela RPCTV, o levantamento indica que Greca tem a preferência de 41% do eleitorado, considerando todos os votos. Já Leprevost aparece com 40%. Brancos e nulos somam 14%, enquanto 5% não souberam ou não responderam à pesquisa.
Os números são um reflexo do que se viu nas duas semanas de campanha eleitoral neste segundo turno. Apesar de ambos terem acordado que fariam uma disputa limpa, sobraram ataques e faltaram propostas. Greca, por exemplo, colocou em xeque a formação acadêmica do adversário e o acusou de tentar manobrar a favor do irmão a redação de um projeto na Assembleia Legislativa envolvendo um terreno do estado. Já Leprevost afirmou que o oponente teria sido funcionário fantasma do Senado e citou um suposto envolvimento dele na máfia dos bingos.
Histórico
A última vez que os curitibanos chegaram ao dia da eleição com uma disputa tão apertada entre os postulantes a prefeito foi há 16 anos. Segundo o Datafolha à época, Cassio Taniguchi (PFL, hoje DEM) tinha 49% das intenções de voto contra 45% de Angelo Vanhoni (PT). E, a exemplo de agora, o pleito de 2000 teve momentos emblemáticos.
O principal deles, que entrou para o folclore político da capital, foi uma “pegadinha” de Taniguchi com a sigla Procel (Programa Nacional de Economia de Energia Elétrica) durante um debate na televisão. Desconhecendo o significado da sigla, Vanhoni ficou cerca de 30 segundos tentando formular uma resposta, o que não aconteceu. O trecho foi replicado à exaustão nos programas eleitorais de Taniguchi, que acabou eleito por uma diferença de menos de 3 pontos porcentuais.
Folga maior
Depois da eleição de 2000, a dianteira do líder das pesquisas só aumentou – até o pleito deste ano. Em 2004, mais uma vez Vanhoni apareceu atrás na véspera do segundo turno, a oito pontos de Beto Richa (PSDB). No dia seguinte, as urnas indicaram quase 10 pontos a mais para o tucano, que se elegeu prefeito da capital.
Quatro anos depois, Richa teve mais facilidade e conseguiu a reeleição já no primeiro turno. No dia anterior à votação, as pesquisas davam a ele impressionantes 57 pontos de vantagem contra a petista Gleisi Hoffmann. Os números se confirmaram nas urnas e o tucano foi reeleito com quase 60 pontos porcentuais à frente da segunda colocada.
Já no último pleito, em 2012, o atual prefeito, Gustavo Fuet (PDT), chegou com relativa folga no sábado anterior à votação no segundo turno. As pesquisas davam a ele 18 pontos de dianteira contra Ratinho Jr. (PSC), o que foi confirmado no dia seguinte: 60,65% contra 39,35% dos votos válidos.
Ficha técnica
*A pesquisa foi contratada pela Sociedade Rádio Emissora Paranaense S.A e foi realizada entre os dias 28 e 29 de outubro com 1.001 eleitores. A margem de erro da pesquisa estimulada é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) sob o protocolo Nº PR-00015/2016.
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