O primeiro debate entre os candidatos à prefeitura de Londrina, na noite desta quinta-feira (1º), na TV Tarobá, foi marcado por sinalizações de racha no “bloco governista”, críticas à administração municipal e, de resto, poucos confrontos diretos entre os candidatos. O tom predominante foi cauteloso, com questionamentos que os candidatos chamaram de “propositivos”, e a temperatura não subiu. Seis dos oito concorrentes participaram do debate promovido pela emissora, que baseada na legislação eleitoral barrou Paulo Silva (PSol) e Flávia Romagnoli (Rede) – a legislação diz que o convite a candidatos de partidos com menos de 10 deputados é facultativo.
Os candidatos que participaram evitaram correr riscos, mas ficaram claros alguns movimentos que devem marcar o desenvolvimento da campanha. Um sinal importante apareceu na pergunta de André Trindade (PPS), um dos três candidatos alinhados ao prefeito Alexandre Kireeff (PSD) – que não disputa a reeleição –, a Odarlone Orente (PT) sobre a fila de espera pelo atendimento de saúde na rede pública. O petista, que é médico e oposicionista, mirou Kireeff: disse que mudaria a gestão da agenda de atendimento e que “jamais reduziria o horário das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), como fez a gestão técnica e eficiente”, ironizando o slogan do atual prefeito, que se diz mais “técnico” que “político”. Na réplica, Trindade respondeu que daria um “choque de gestão na saúde”.
Emissoras podem convidar candidatos “nanicos” para debates, decide o STF
Leia a matéria completaValter Orsi (PSDB) e Sandra Graça (PRB) trocaram uma pergunta amena sobre industrialização. Os dois defendem a gestão Kireeff e o tucano tem o apoio direto do prefeito. Ex-presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Orsi navega fácil no assunto. E Graça afirmou que dará continuidade às políticas da atual gestão.
No campo oposicionista, Marcelo Belinati (PP), que lidera as pesquisas de intenção de voto, e Luciano Odebrecht (PMN), também trocaram perguntas amenas. Odebrecht fez uma “escada” para Belinati criticar Kireeff com relação à Caixa de Aposentadoria Previdência dos Servidores Municipais de Londrina (Caapsml), um assunto delicado para a atual gestão. O candidato do PP aproveitou para alfinetar as dificuldades financeiras da prefeitura e lembrar que o próximo prefeito “terá que fazer uma injeção de R$ 80 milhões no ano que vem para pagar aposentadorias”.
Nervosismo e estrela
O debate teve também algumas cenas curiosas: Odebrecht se atrapalhou ao responder a questionamentos, admitiu o nervosismo por ser “o primeiro debate” do qual ele participa e até admitiu, no ar: “nunca fui tão mal num debate”. No final ele ainda lembrou que apesar do sobrenome, não é parente dos Odebrecht da construtora, que é objeto de acusações na Operação Lava Jato, diz que tem sido atacado nas redes sociais pelo sobrenome e ironizou: “se eu fosse parente dos Odebrecht, eu já teria construído a Arena Tubarão”, referindo-se ao apelido do Londrina Esporte Clube.
Já o petista Odarlone “ressuscitou” o símbolo do partido, que não está aparecendo no programa de televisão do candidato. Ele participou do debate com um adesivo da sua campanha colado de um lado e uma estrela do PT do outro. O partido sofre forte rejeição em Londrina, tanto pelos problemas nacionais expostos pela Lava Jato, quanto pela gestão do ex-prefeito Nedson Micheleti (2001-2008), que acabou duramente criticada, particularmente no segundo mandato.
Estatal, orçamento e gabinete novo: a estratégia de Lira após deixar o comando da Câmara
Divórcio com mercado financeiro: Lula perde apoio de investidores para 2026
Lula grava vídeo andando no hospital e diz que está “firme e forte”
Por futuro de Lula, esquerda se antecipa e ataca Tarcísio de olho em 2026; assista ao Sem Rodeios
Deixe sua opinião