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| Foto: Paulo Matias/Gazeta do Povo

Derrotado no próprio reduto eleitoral e vendo outros nomes já se colocarem na disputa pelo Palácio Iguaçu, o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), não recua um milímetro no plano traçado de eleger Cida Borghetti (PP) governadora. Diante do cenário mais provável de ela assumir o Executivo estadual por nove meses em 2018 quando Beto Richa (PSDB) renunciar para disputar o Senado, Ricardo é taxativo: “não me parece fazer sentido o governo montar uma chapa com outros aliados e deixar a governadora em exercício na oposição”.

Neste domingo (30), Silvio Barros, irmão de Ricardo, foi superado por Ulisses Maia (PDT) na disputa pela prefeitura de Maringá. A derrota representa a interrupção de um ciclo de 12 anos consecutivos do grupo Barros no comando da terceira maior cidade do estado. Ricardo, porém, minimiza os possíveis estragos e atribui o resultado ao sentimento de mudança que tomou conta do país.

“O Silvio tem aprovação de 60% dos maringaenses, mas as pessoas queriam mudar. Reconhecemos e aceitamos a vontade da população em tentar uma coisa nova. Mas não se discute a nossa contribuição para a cidade. Todos reconhecem que Maringá está muito bem e será entregue ao Ulisses com o melhor equilíbrio fiscal do estado”, afirma.

2018

Diante da vitória de um pedetista em Maringá e do insucesso de Ratinho Jr. (PSD) em fazer do aliado Ney Leprevost (PSD) prefeito de Curitiba, o círculo mais próximo de Richa aposta todas as fichas em emplacar uma chapa com o ex-senador Osmar Dias (PDT) para o governo – e o tucano na briga por uma das duas cadeiras ao Senado em 2018. Tratada como imbatível pelos correligionários do governador, essa composição escantearia, de uma única vez, Cida e Ratinho de uma candidatura ao Executivo estadual pela base aliada.

Ricardo, no entanto, dá de ombros para essa estratégia. Segundo ele, os amigos próximos de Richa estão tentando levar para a disputa ao governo todos os adversários que possam ameaçar a eleição do tucano para o Senado daqui a dois anos. Para o ministro da Saúde, o caminho natural fará com que, uma vez Cida assumindo o cargo de governadora, os partidos que formam a atual aliança em torno do Palácio Iguaçu abracem a candidatura dela à reeleição. “Estão tentando limpar o caminho dele [Richa para o Senado], mas não faz sentido a Cida na oposição [em 2018]”, argumenta.

Contrariando algumas análises de que a derrota em Maringá enfraqueceu o poder do seu grupo político, Ricardo afirma que o PP conquistou duas prefeituras importantes, em Londrina e Toledo, e ainda esteve ao lado de Rafael Greca (PMN) em Curitiba, por meio do apoio da deputada estadual Maria Victoria (PP) no segundo turno. “Enquanto o Ratinho se desgastou com ele [Richa], nós nos aproximamos e elegemos vários prefeitos aliados. Para mim, a tendência continua sendo essa até 2018.”

De acordo com o ministro, uma chapa interessante seria Cida para governadora, o PSDB na vice, Richa em uma das vagas ao Senado e Osmar e Ratinho compondo esse cenário.

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