| Foto: Reprodução/YouTube

“Tudo o que você vai ver aqui hoje é verdade”, afirmou o narrador da propaganda eleitoral exibida pela campanha de Rafael Greca (PMN) na televisão no último sábado (22), com uma série de acusações contra o oponente no segundo turno à prefeitura de Curitiba, Ney Leprevost (PSD).

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Será mesmo? O Livre.jor conferiu algumas das acusações feitas por Greca para a Gazeta do Povo.

Os votos de Leprevost 1

“O deputado estadual Ney Leprevost faltou à sessão da Assembleia Legislativa que tratou da reestruturação da previdência social do Paraná.”

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Falta clareza, e há erros na acusação.

A propaganda de Greca não é clara sobre a qual votação se refere. Desde que Leprevost é deputado, a Assembleia Legislativa votou dois projetos de lei sobre que trataram de mudanças no plano previdenciário dos servidores: em dezembro de 2012 e em abril de 2015.

Em 18 de dezembro de 2012, a Assembleia aprovou projeto de lei elaborado pelo governo do estado que propunha reestruturar o plano de custeio e financiamento dos fundos de previdência, financeiro e militar da Paranaprevidência. Leprevost estava em plenário, mas não votou. Ele também estava presente um dia depois, quando uma votação simbólica ratificou o texto da lei 17.435/2012.

Leprevost também estava presente à sessão do fatídico 29 de abril de 2015. E, desta vez, votou contra outro projeto elaborado pelo governo do estado que propunha nova restruturação do plano de custeio e financiamento do regime próprio de previdência. Leprevost digitou seu voto exatamente às 18h06, conforme documento disponível no site da Assembleia.

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Também aprovada, a lei 18.469/2015 foi sancionada pelo governador Beto Richa (PSDB) em 30 de abril, um dia após o episódio que ficou conhecido como a “batalha do Centro Cívico”.

Os votos de Leprevost 2

“Leprevost estava lá para votar a favor do auxílio-moradia para os juízes.”

É verdade.

Leprevost aprovou o projeto nas duas votações. Na primeira, às 18h48, da sessão de 25 de fevereiro de 2014 . E na segunda, em sessão extraordinária às 19h39 do mesmo dia.

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As faltas de Leprevost

“Ney Leprevost chegou a ter 130 faltas [na Assembleia Legislativa].”

O número é até maior. Mas acusação ignora justificativas.

Ney Leprevost, na verdade, faltou 142 vezes às 668 sessões realizadas pela Assembleia Legislativa de março de 2011 – quando ele assumiu o mandato de deputado estadual – a agosto passado. Mas há apenas seis faltas não justificadas. E outras 26 se referem a licenças, inclusive as mais recentes, durante a campanha eleitoral em Curitiba.

As demais 116 ausências de Leprevost foram justificadas, mostram os dados da lista de presença em plenário disponível no canal de transparência da Assembleia Legislativa.

De acordo com o regulamento interno da casa, são consideradas justificativas as ausências “por motivo de doença, mediante apresentação de atestado médico; em decorrência de viagem para acompanhar o governador; em decorrência de audiência ou evento, com ministro de Estado, fora da capital; e do deputado que, por indicação do presidente, estiver representando a Assembleia”.

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Além disso, ao deputado também é resguardado o direito ao abono durante o mês de “uma ausência injustificada”, mediante “requerimento subscrito pelo parlamentar”.

A CPI do Pedágio

“Ney Leprevost recebe dinheiro para que as concessionárias de pedágio não fossem investigadas. A sua campanha recebeu recursos de empresários ligados aos pedágios.” (R$ 1 milhão, segundo o vídeo)

A campanha de Leprevost recebeu doações legais de sócios de empreiteira.

A campanha de Greca apresenta reportagem de 2012 em que Leprevost e o então deputado Kleiton Kielse (PMDB) trocaram acusações sobre a CPI do Pedágio. O peemedebista disse que Leprevost (então no PP) teria recebido em sua campanha de 2010 uma doação de R$ 1 milhão de empresários ligados à empreiteira CR Almeida, informou a Gazeta do Povo à época.

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A prestação de contas eleitorais de Leprevost em 2010 registra doações de Rosa Maria Beltrão Rischbieter, Guilherme Beltrão de Almeida e Ricardo Beltrão de Almeida. Eles doaram, respectivamente, R$ 500 mil, R$ 300 mil e R$ 200 mil à campanha do então candidato a deputado – mais da metade da arrecadação total de R$ 1.702.880.

Rosa Maria é ex-mulher de Cecílio do Rego Almeida, morto em 2008. Guilherme e Ricardo são dois dos seis filhos do casal. A CR Almeida, empresa da família, é dona de concessões de rodovias no Paraná e em São Paulo.

Mas as doações, feitas de acordo com a legislação eleitoral, não são prova de que havia “deputados comprados pelas concessionárias”, como sugeriu Kielse, irritado após Leprevost assinar e depois retirar sua firma da proposta de instalação da CPI dos Pedágios.

À época, Leprevost confirmou ter recebido a doação, e alegou que os proprietários da empreiteira são seus amigos.

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