Com menos de duas semanas para o fim do prazo de realização das convenções partidárias – a data-limite é 5 de agosto –, o cenário eleitoral nas principais cidades do Paraná é marcado por costuras políticas, desistências de última hora e pré-candidaturas que buscam se encorpar.
Existe mandatário afastado pela Justiça, prefeito que não quer se reeleger e herdeiro de uma dinastia política que tenta recuperar o prestígio local.
Do litoral ao oeste do estado, passando pelas regiões Norte e Campos Gerais, as eleições municipais prometem disputas acirradas, com direito a muita “sola de sapato e saliva” para conquistar um eleitor cada vez mais exigente e politizado.
A lista
A Gazeta do Povo explica em que pé estão as eleições em seis cidades:
1. Cascavel
3. Londrina
4. Maringá
5. Paranaguá
6. Ponta Grossa
1. Cascavel
(Luiz Carlos da Cruz, especial para a Gazeta do Povo)
Quinto maior colégio eleitoral do Paraná, Cascavel tem dois deputados estaduais – Leonaldo Paranhos (PSC) e Márcio Pacheco (PPL) – polarizando a pré-campanha, mas a declaração de apoio do prefeito Edgar Bueno (PDT) ao pré-candidato Marcos Vinicius Pires (PSB) aponta que a disputa começa a ficar mais equilibrada. Pires recebeu na sexta-feira (22) o apoio do PR, que desistiu de lançar a candidatura a prefeito do atual presidente da Câmara, Aldino Gugu Bueno.
Edgar Bueno, que está no segundo mandato consecutivo e governa a cidade pela terceira vez, não poderá concorrer à eleição. Na última quinta-feira (21), o diretório municipal do PDT fez uma eleição para escolher quem o partido irá apoiar e venceu Marcos Vinicius por 7 a 1. O apoio declarado de Bueno jogou um balde de água fria nas pretensões de seu vice-prefeito, Mauricio Theodoro, que sonhava em disputar a cadeira pelo PSDB.
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2. Foz do Iguaçu
(Bruno Soares, especial para a Gazeta do Povo)
As composições políticas em torno das eleições municipais de Foz estão sendo pautadas pelos desdobramentos da Operação Pecúlio.
Desde que foi deflagrada em 19 de abril, 85 pessoas se tornaram rés na 3.ª Vara Federal no município. Além disso, o prefeito eleito, o ex-deputado estadual Reni Pereira (PSB), foi judicialmente afastado do cargo para cumprir prisão domiciliar até que seja concluído o processo.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o grupo de réus pertence à organização criminosa instalada dentro da prefeitura com objetivo de fraudar licitações e desviar recursos federais do caixa da cidade.
Há também um pedido de impeachment contra Reni Pereira no Legislativo. Porém, dos 15 parlamentares da Casa, cinco respondem à Justiça por pertencerem à quadrilha investigada. São eles: Beni Rodrigues (PSB), Darci Siqueira (PTN), Edilio João Dall’Agnol (PSC), Hermógenes de Oliveira (PSC) e Paulo Rocha (PMDB). Todos deram sustentação legislativa ao prefeito nos últimos três anos e seis meses.
Logo após a prisão de Reni, em 14 de julho, quem assumiu a vaga foi a vice, Ivone Barofaldi (PSDB). Em seu primeiro pronunciamento como prefeita interina, a tucana anunciou à imprensa regional que não teria mais condições de pensar em disputar o pleito em busca de uma possível reeleição. “O que tenho a dizer agora é que não sou mais pré-candidata”, afirmou Barolfaldi.
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3. Londrina
(Fábio Silveira, especial para a Gazeta do Povo)
O cenário eleitoral em Londrina, segundo maior colégio eleitoral do Paraná, continua indefinido. Apesar de uma dúzia de políticos já terem aparecido como pré-candidatos. A maior indefinição está no campo governista: com a decisão do prefeito Alexandre Kireeff (PSD) de não tentar a reeleição, as forças que o apoiam seguem “batendo cabeça” em busca de um nome competitivo.
O ex-presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Bruno Veronesi, que é filiado ao PSD de Kireeff abandonou a disputa, alegando problemas pessoais. Márcio Stamm (PSB), que foi chefe de gabinete do atual prefeito, continua candidato. Pelo menos por enquanto.
O nome do deputado federal Alex Canziani (PTB) apareceu no noticiário eleitoral, numa articulação feita por caciques estaduais dos partidos que apoiam Kireeff. Mas desapareceu rapidamente. O PSDB entrou em campo, em busca do apoio de Kireeff, mas saiu de um encontro com o prefeito sem uma resposta concreta.
Na oposição, o deputado federal Marcelo Belinati (PP) diz que ainda não decidiu se será candidato. Mas o apoio do PMDB e a possibilidade de o partido apresentar o vice na chapa de Belinati já é dada como certa.
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4. Maringá
(Antoniele Luciano, especial para a Gazeta do Povo)
A julgar pelo número de pré-candidatos, as eleições para prefeito de Maringá dificilmente serão decididas no primeiro turno. A cidade de pouco mais de 390 mil habitantes já tem nove nomes que podem vir a disputar, após oficialização nas convenções partidárias, a chefia do Executivo municipal.
O candidato da situação é o ex-prefeito Sílvio Barros, do PP, partido do atual prefeito Carlos Roberto Pupin. Barros já exerceu dois mandatos consecutivos (2005-2012). Ex-secretário Estadual do Planejamento, ele deixou o cargo, no início de junho, para se dedicar à campanha em tempo integral.
Os tucanos vêm costurando alianças para lançar o empresário Evandro Oliveira, pai do deputado estadual Evandro Júnior (PSDB), candidato a prefeito.
Três vereadores também devem entrar na disputa majoritária – o petista Humberto Henrique, o representante do Rede, Flávio Vicente, e Ulisses Maia, do PDT. Nas últimas eleições, Maia foi o vereador mais votado de Maringá, com 6,4 mil votos.
O PMN, por sua vez, pretende ser cabeça de chapa com o deputado estadual Dr. Batista. “Estamos na luta para que ele seja o representante do partido”, comenta o presidente da sigla em Maringá, Miro Falkemback.
O professor Edson Scabora, do PV, tem se apresentado como uma via alternativa nestas eleições para prefeito. É a primeira vez que ele sai candidato. “Vamos negociar em relação a candidaturas de vereador e vice, mas não abrimos mão da candidatura a prefeito”, reforça. Outra pré-candidata que deve estrear nestas eleições é a professora universitária Ana Lúcia Rodrigues, do PC do B.
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5. Paranaguá
(Débora Mariotto Alves, especial para a Gazeta do Povo)
Décimo maior colégio eleitoral do Paraná com 91,6 mil eleitores, Paranaguá tem 12 pré-candidatos à prefeitura, mas nem todos devem emplacar suas candidaturas.
Na cidade, o alto número de prefeituráveis e a data escolhida para as principais convenções deixam o cenário incerto. O PSOL fará convenção no dia 30 de julho. Já PSC, PSB e DEM marcaram suas convenções para o dia 5 de agosto.
Entre os principais nomes na disputa pela prefeitura estão o do jornalista André Pioli (PSC); dos advogados Alceuzinho Maron (DEM) e Giordano Reinert (PPS); dos vereadores Ricardo (PP), Maranhão (PSB) e Adriano Ramos (PHS); do Professor Hermes (PSOL) e do portuário Gerson Bagé (PRB); além de Marcelo Roque (PV) – filho do ex-prefeito Mário Roque, que morreu em julho de 2013, em seu terceiro mandato. Na época, o vice-prefeito Edison Kersten (PMDB) assumiu o cargo deixado por Roque. Agora, Kersten não confirma a intenção de tentar a reeleição.
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6. Ponta Grossa
(Gisele Barão, especial para a Gazeta do Povo)
Os detalhes sobre as eleições municipais de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, serão definidos nas convenções dos partidos nos próximos dias. Mas seis candidaturas ao Executivo municipal estão encaminhadas. As siglas PV, PMB, PSOL, PPL, PPS e Rede Sustentabilidade já indicaram seus favoritos para a corrida eleitoral na cidade com 222 mil eleitores.
A direção municipal do PPS confirmou a pré-candidatura do prefeito Marcelo Rangel após uma reunião realizada na quinta-feira (21) com líderes do partido.
O deputado federal Aliel Machado é pré-candidato à prefeitura pela Rede Sustentabilidade e principal nome da oposição a Marcelo Rangel. O senador Roberto Requião (PMDB) anunciou que o partido tende a apoiar a candidatura de Aliel.
Vereador e ex-secretário municipal de Assistência Social de Marcelo Rangel, Julio Küller é a aposta do PMB para a prefeitura. O pré-candidato do Partido Verde (PV) é o empresário Álvaro Scheffer, que atuou como Secretário Municipal de Indústria, Comércio e Qualificação Profissional na gestão de Rangel.
Também apresentaram pré-candidatos à prefeitura o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e o Partido Pátria Livre (PPL). Sérgio Gadini, aposta do PSOL, é professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e ligado a movimentos sociais e sindicatos na cidade. A candidatura já ganhou apoio do PCdoB. O PPL deve montar “chapa pura” e concorrer com o pré-candidato mais jovem. Aos 25 anos, Leandro Soares Machado trabalha com lideranças comunitárias e movimentos sociais.
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