Zapeando na internet, você já deve ter batido o olho nos memes de José Serra (PSDB), atual ministro das Relações Exteriores, jogando futebol, andando de skate, beijando a própria mão ou recebendo uma bitoquinha quando foi candidato à prefeitura de São Paulo, em 2012.
O episódio da bola, mais famoso de todos, quando ele chegou a perder o sapato do pé direito, aconteceu depois que o tucano decidiu bater um pênalti durante uma visita ao clube-escola Délio de Carvalho, no bairro de Ermelino Matarazzo, na zona leste da cidade. Ele se agarrou com tanta vontade à esférica que a situação saiu da vida e entrou para a história.
Esses micos, no entanto, não são imagens isoladas na carreira eleitoral de Serra. Quando concorreu à Presidência da República, em 2010, o tucano ficou marcado por uma propaganda partidária veiculada em rede nacional que fomentou uma tremenda confusão linguística.
“Brasileiros como ele, como a mãe dele que eu conheci também, como a Vânia, que é a sua mulher, como o Damião, como a Andreia, como a dona Maria…”.
O vídeo abaixo ficou conhecido como “Serra come todo mundo ou Serra comedor” na internet.
O tucano passa longe da exclusividade no quesito transformação. Nas ruas ou na televisão, candidatos de todos os espectros políticos percorrem bons e maus momentos no período eleitoral.
Uma rápida pesquisa pela web refresca a memória também com o lamentável comentário sobre estupro de Paulo Maluf, Fernando Henrique Cardoso montado em um jegue em Alagoas, Fernando Collor de Melo participando da “Praça É Nossa” prometendo colocar um “bando de ladrão na cadeia”, Orestes Quércia brigando com um jornalista no programa “Roda Viva”, Dilma Rousseff almoçando sem graça em um bandejão e candidatos pouco simpatizantes à fé orando em igrejas de diferentes orientações.
A internet não deixa nada incólume. Fotos, vídeos e memes já enquadraram os políticos que sambam, gritam e enlouquecem com jingles engraçados ou candidatos que leem o teleprompter como marionetes.
Partidários que carregam crianças, beijam a mão de idosos, frequentam restaurantes populares, acenam das ruas para prédios vazios ou posam de garbo e elegância mesmo sob chuva torrencial também são alvos.
As eleições, principalmente as municipais, englobam todo tipo de político, dos de raiz aos marinheiros de primeira viagem, daí a profusão de histórias.
A Gazeta do Povo separou oito casos comuns nas eleições municipais para você se preparar. A maratona até outubro promete muita pipoca:
Bateu a fome?
Nada como um bom prato no bandejão durante a campanha eleitoral.
“Vote num homem trabalhador, vote no Pirulito do amor”
Jingles extremamente peculiares são temas recorrentes nas eleições municipais. O bordão de campanha do candidato a vereador Pirulito em Rio Branco, capital do Acre, por exemplo, não agradou. Ele conquistou 58 votos nas eleições de 2012.
Bin Laden, Robin, etc
“O povo do bairro América já me conhece. Eu sou o Bin Laden”. Curiosamente, esse candidato de Aracaju dizia lutar por mais creches, contra o trabalho infantil e a corrupção. Já Robin, na mesma cidade, queria o combate à poluição “por uma Aracaju mais limpa”, e pregava “sinceridade com muito humor”. Chapolin e Pica-Pau também participaram do pleito na cidade. Nenhum se elegeu.
Candidatos-Dory
“Eu vou lutar pela saúde, o saneamento básico… Não, não é assim”. “Se for eleito vou lutar pelo incentivo à…”. “Se for eleito vou lutar na melhoria da saúde, da educação, na incentivo (sic) ao produtor rural… Espera”. “Caros amigos, vou lutar… Não foi de novo”. Fala, Elídio! Candidatos tão esquecidos como a peixe Dory, de Procurando Nemo, também aparecem às pencas nas eleições municipais.
Santinho morto
Em Itu, no interior de São Paulo, o candidato Morto tentou se eleger vereador em 2012. Ele teve apenas 153 votos. Espalhados pelo Brasil, Bixa Muda (Juazeiro do Norte-CE), Fátima Macarrão (São José do Egito-PE), Moto Rosa (Campinas-SP) e Zé Pinguelo (Teresina-PI) também tentaram se eleger com alcunhas, digamos, esquisitas. Outra estratégia furada na corrida pelas Câmaras Municipais.
Baixaria virtual
Sabe aquele seu amigo que, entre um nude e outro, dispara um comentário político no estilo Sensacionalista? Oficialmente, por parte dos candidatos, isso está proibido. No mês passado, a Justiça vetou o envio de informações falsas de candidatos por WhatsApp. Esse foi o entendimento da 36ª Zona Eleitoral de Cristalina (GO), que concedeu liminar para suspender a veiculação no aplicativo de uma notícia falsa que acusou o vereador Daniel do Sindicato (PSB), pré-candidato a prefeito da cidade, de estar envolvido na Operação Lava Jato. Fique atento!
Volta, volta
Em 2014, na campanha de primeiro turno à Presidência, Marina Silva (Rede) fez correções no seu programa de governo depois dele ter sido lançado. Num dos pontos, ela recuou sobre propostas para a comunidade LGBT e foi acusada de mudar de opinião por pressão do pastor Silas Malafaia. O ator Mark Ruffalo, intérprete do Hulk nos filmes da Marvel, embarcou na onda e apoiou e depois condenou o programa. Prova de que marcha ré, na era da internet, pega mal.
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