Estreante em eleições, o Partido Novo utilizou um método inusitado para selecionar os candidatos que concorrem pela legenda na disputa por uma vaga na Câmara de Curitiba neste ano. Para serem escolhidos, os 19 candidatos do partido passaram por uma espécie de processo seletivo, que lembra o mesmo adotado no Big Brother Brasil.
Dividida em duas etapas, a seleção envolveu um vídeo prévio dos concorrentes e depois uma entrevista com membros de diretórios da legenda. “Na primeira etapa da seleção, os filiados interessados mandaram um vídeo de dois minutos e fizeram uma prova online para verificar se os valores pessoais deles estavam de acordo com os do partido. Na segunda, os selecionados foram entrevistados por membros de diversos diretórios do Novo”, explica o coordenador da legenda na capital paranaense, Ubiratan Vieira Guimarães explicou como definiram os candidatos.
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Leia a matéria completaDa primeira seleção ficaram 33, já na segunda o número diminuiu para 26 filiados. Mas como duas mulheres desistiram, foram selecionados 19 candidatos, respeitando a porcentagem de cota de gênero exigida após a minirreforma política de 2009. Ainda teve um filiado que tentou o cargo de prefeito, mas foi reprovado já na primeira etapa.
Para chamar os potenciais candidatos a participar da seleção, o Partido Novo trabalhou com divulgação em redes sociais. “Esse modelo é inovador no Brasil, apenas o Novo tem este método de seleção de candidatos”, defende Guimarães. Ele conta que 55 filiados entraram na concorrência, que resultou nas 19 candidaturas. Entre elas, a do empresário Raphael Santos, que ficou sabendo do processo seletivo por meio da divulgação on-line.
“Fui entrevistado e colocado contra a parede por outras três pessoas. Em qualquer profissão é feita uma filtragem antes de um profissional ser contratado e na política não deveria ser diferente”, afirma Santos, que teve seu primeiro contato com o Novo em 2011, quando o partido ainda estava saindo do papel. “Estava fora do Brasil e quando voltei fiquei sabendo que um grupo sem ligações políticas anteriores estava criando um partido.”
Mesmo otimista com os rumos que o Novo está tomando, Santos diz que as eleições 2016 serão complicadas. “Honestamente, acho difícil termos muitos eleitos. Primeiro, é um partido novo literalmente e nós não usamos dinheiro do fundo partidário para a campanha. Então, não teremos grandes investimentos”, lamenta.
Pós-seleção
Após a seleção, os candidatos foram para a sala de aula. “Desde meados de abril, os candidatos recebem cursos para planejamento de campanha em como atuar como vereador”, conta o professor da área de administração Josué Alexandre Sander, responsável pelo treinamento dos candidatos.
Ele explica que os candidatos trabalham juntos e, de acordo com Sander, um ajuda o outro na busca por angariar votos. “Geralmente cada candidato tem um comitê, mas no Novo teremos um comitê central. Esse coworking reflete muito a ideia do partido de trabalhar junto.”
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