Com a redução do tempo de campanha nas eleições deste ano, os políticos precisam ser criativos para conseguir chegar ao eleitor. Uma das formas mais eficazes – e baratas – de mostrar ao cidadão como o candidato se posiciona em relação a determinados temas e quais são suas principais propostas é o uso das redes sociais.
A página no Facebook é uma unanimidade entre os candidatos à Prefeitura de Curitiba. Eles também marcam presença em outras redes sociais, como Twitter, Instagram, YouTube e Snapchat. Muitos dos candidatos apostam em programetes na internet para dialogar com o eleitor.
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É o caso de Rafael Greca (PMN), que tem utilizado seu canal no YouTube para falar de temas específicos da cidade. O prefeito Gustavo Fruet (PDT) tem postado no Facebook vídeos com animações mostrando as ações da prefeitura nos últimos quatro anos.
A deputada estadual Maria Victoria (PP) reativou um blog que utilizava antes da campanha e tem postado vídeos com temas específicos. Recentemente, um vídeo da candidata fazendo uma paródia de um funk da cantora Ludimila viralizou na internet.
O candidato Requião Filho (PMDB) apostou em uma websérie de oito episódios distribuída via WhatsApp e Facebook para contar o dia a dia do deputado e tentar aproximá-lo do eleitor.
O deputado estadual também utiliza como canal para comunicação o “quinzap”, número de WhatsApp que utiliza para responder perguntas dos eleitores. No final de semana, Requião Filho utilizou a ferramenta de transmissão ao vivo do Facebook para responder perguntas dos seguidores.
Tendência
Para o professor do curso de comunicação social da PUC-PR Marcos José Zablonsky, as redes sociais surgem como alternativa para o debate com a população. “Percebemos claramente a presença desse meio como alternativa de debate e discussão de determinados temas”, analisa Zablonsky. Para ele, a tendência é que o uso das mídias sociais cresça ainda mais até a eleição, em outubro. “A medida que as campanhas ficam mais agressivas, mais firmes, a perspectiva é que nas redes sociais isso fique bem mais incisivo”, prevê.
Nas redes sociais em busca de informações
Uma pesquisa realizada pela PUC-PR mostra que a internet será o meio de comunicação mais usado para se informar sobre os candidatos nessas eleições para mais da metade dos jovens de 18 a 24 anos. Segundo o estudo, 50% dos jovens buscarão saber mais sobre os candidatos através das redes sociais.
“Nessa eleição, por causa no novo marco legislativo eleitoral, teve uma série de mudanças, a nova legislação restringiu dois pontos da campanha: financiamento e o tipo de meio de comunicação utilizado”, explica o consultor de marketing político Miguel Nicacio. “Diante desse cenário, a internet é o único meio de comunicação que você tem liberdade de atuação”, completa. Segundo Nicacio, a distribuição de materiais de campanha nas mídias sociais é mais barata do que nas mídias tradicionais.
Relacionamento com eleitor
Em tempos de campanha nas mídias sociais, sai na frente o candidato que já conquistou previamente a audiência. “Alguns começaram a campanha há quatro anos e já vêm construindo uma página com seguidores e, com isso, têm um grupo que multiplica suas abordagens. Esses com certeza saem na frente na visibilidade da marca”, analisa Zablonsky.
O professor alerta, porém, para a dificuldade que os candidatos que “chegaram agora” às mídias sociais devem enfrentar durante a campanha. “No Facebook já está acontecendo. Quando as pessoas percebem que os posts começam a trazer campanha eleitoral elas acabam excluindo. Aquele candidato oportunista não vai se dar bem nas redes sociais. O candidato que já construiu isso tem um acesso mais tolerado”, explica o professor.
O consultor em marketing político diz que postagem menos ‘engessadas’ fazem mais sucesso entre os eleitores. “A ideia é trazer humor, tentar informar as pessoas sobre temas pontuais, que partam mais para o emocional e menos para o racional”, diz Nicacio. Para ele, o uso de modelos como humor, trágico, drama e cômico-trágico pode ajudar na hora de viralizar um conteúdo.
Acompanhe os candidatos nas redes sociais
A plataforma “Meme – Monitor Eleitoral”, desenvolvida após um projeto de pós-graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Paraná e do Grupo de Pesquisa em atores, instituições, comportamento político e novas tecnologias – Geist, permite realizar um acompanhamento em tempo real do comportamento e das estratégias eleitorais adotadas pelos candidatos a prefeito nas mídias sociais. As análises serão todas divulgadas por boletins, publicados na própria página do grupo no Facebook
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