Filho de Jair Bolsonaro não participou do último bloco do debate.| Foto: Reprodução/Band

O deputado Flávio Bolsonaro (PSC), filho do deputado federal Jair Bolsonaro, sofreu uma queda de pressão e precisou abandonar o primeiro debate de TV da eleição do Rio de Janeiro, realizado pela Band nesta quinta-feira (25).

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Bolsonaro se preparava para responder a uma pergunta feita por internauta no segundo bloco do programa quando, pálido, começou a enxugar o suor, se sentiu mal e precisou de atendimento.

Houve pedidos vindos da plateia para a deputada federal Jandira Feghali, candidata pelo PCdoB, socorrer o concorrente. “A Jandira é médica, ajuda ele”, gritavam.

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A deputada chegou a amparar Bolsonaro, com ajuda do candidato Carlos Osório (PSDB), mas logo se afastou e deixou que a equipe médica realizasse o atendimento, sendo vaiada pela plateia.

O debate foi interrompido para atendimento. Quando voltou ao ar, Jandira disse que o pai de Bolsonaro, Jair, que não permitiu que ela realizasse o atendimento. Ela ainda bateu boca com apoiadores de Bolsonaro na plateia, ao vivo.

Mais cedo, na chegada ao programa, Flávio Bolsonaro foi saudado como “mito”, como costumam chamar seu pai, o deputado federal Jair Bolsonaro.

Flávio Bolsonaro não voltou para o debate. Segundo o programa, ele ficou de forma “por orientações médicas”, mas passa bem.

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Em nota, o candidato afirmou que o mal-estar deveu-se a uma intoxicação alimentar que também “vitimou inclusive um de seus assessores, devido a uma refeição na tarde de quarta-feira (24)”.

Ainda segundo o texto, ele foi atendido em hospital e foi liberado no início da madrugada.

“Flávio Bolsonaro pede desculpas a todos os seus concorrentes pela ausência no restante do debate; o candidato agradece publicamente aos concorrentes Jandira Feghali e Carlos Osório pelos gestos de solidariedade ao socorrê-lo”, diz a nota.

“O candidato também pede desculpas a todos os cariocas e assegura que haverá novas oportunidades para mostrar à população seus projetos para fazer do Rio de Janeiro uma cidade mais segura e próspera”, completa o texto.

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Apesar de aparecer em segundo lugar na pesquisa Ibope, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) não participou do debate por causa da nova legislação eleitoral.

Olimpíada

Os Jogos Olímpicos dominaram o debate, desde seu impacto sobre a finança da cidade até denúncia de corrupção envolvendo o deputado Eduardo Cunha (PMDB).

Pedro Paulo, candidato do PMDB à sucessão do prefeito do Rio, Eduardo Paes, foi o primeiro a mencionar a Olimpíada do Rio no debate, numa tentativa de “capitalizar” sobre o evento esportivo.

“Vivemos um momento sonhado há muitos anos no Rio. Tenho orgulho de ter participado dessa transformação. Muitos diziam que isso não seria possível. Que ia atrasar, o Rio ia quebrar, mas mostramos que é possível”, disse o Pedro Paulo.

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O candidato Alessandro Molon (Rede) disse que o aumento da segurança na cidade durante o evento esportivo -houve aumento de efetivo policial- deveria ser uma realidade permanente.

“Todos adoramos ver as ruas cheias e seguras, mas esse deveria ser o Rio de Janeiro durante quatro anos, e não apenas por 20 dias”, disse o candidato, que defendeu mais atuação da guarda municipal.

O deputado Flávio Bolsonaro (PSC), filho do deputado federal Jair Bolsonaro, foi além e prometeu armar a guarda municipal, além de mais integração municipal com as forças de segurança estaduais.

“Municipalização da segurança pública é uma tendência mundial”, disse Bolsonaro, que foi saudado como “mito”, como costuma ser chamado seu pai. Depois, teve queda de pressão e precisou deixar o debate.

Molon rebateu uma afirmação do candidato peemedebista, de que o evento foi realizado no Rio sem nenhum escândalo de corrupção:

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“Ele não viu o escândalo do deputado Eduardo Cunha, que nós conseguimos afastar da presidência da Câmara. O escândalo do Porto Maravilha, no qual o deputado Cunha é acusado de receber R$ 52 milhões para desviar dinheiro da Caixa Econômica. É do PMDB, dele”, disse.

Líder das intenções de voto, com 27%, o senador e bispo licenciado da Universal Marcelo Crivella (PRB) disse que a prefeitura “gastou demais” com a Olimpíada, afetando gastos com educação e saúde.

“Se você comparar os valores reais que a prefeitura gastou nos quatro primeiros anos e comparar com os três do segundo mandato, a prefeitura deixou de aplicar R$ 700 milhões na saúde para fazer obras para as Olimpíadas”, disse Crivella.

Pedro Paulo negou que a educação tenha problema de custeio no Rio. Ele prometeu construir 314 escolas se eleito prefeito, além de colocar todas os alunos do município estudando em horário integral.

Mas a situação financeira da prefeitura foi um tema constante dos candidatos. O deputado federal Índio da Costa (PSD) disse que para tirar o programa sugerido pelo candidato peemedebista do papel custaria “uma outra Olimpíada”.

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“Paes quebrou Previdência, deixou escolas públicas sem manutenção. Hospitais são uma calamidade”, disse Índio da Costa

Carlos Osório (PSDB) concordou que a Olimpíada vai ficar “na memória por muito tempo”, mas também bateu na tecla que o Rio vive um problema de queda na qualidade dos serviços e que a receita municipal teve baixa de 6% no ano passado.

Já a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) recorreu aos Jogos Olímpicos em sua defesa do mandato da presidente afastada, Dilma Rousseff. Vaiada, ela disse que a vaia seriam “democrática” e que “golpistas são assim mesmo”.

“Além de mim e de você [Molon], todos votaram pelo golpe, um golpe. Aqui é também um palco da traição. Os governos Lula e Dilma colocaram aqui R$ 376 bilhões. Quando se fala da Olimpíada, em nenhum momento citaram aqui que foi bancada com recursos federais. Isso é traição”, disse.

Agressão

Coube a Jandira tocar no assunto da agressão envolvendo Pedro Paulo. O candidato foi investigado em caso de agressão a sua ex-mulher. O caso foi arquivado pelo STF.

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Ela havia perguntado, no segundo bloco, sobre a ajuda do governo federal na revitalização da zona portuária do Rio.

Ela classificou de traição a votação de Pedro Paulo (PMDB) pelo afastamento de Dilma Rousseff depois da parceria de longa data no Rio. “Eu não votaria em quem trai mulher e quem bate em mulher”, disse Jandira.

A plateia reagiu com aplausos e vaias. Até aquele momento ninguém havia tocado no assunto. Pedro Paulo disse que “é muito triste você levantar isso”, para a reação geral da plateia.

O apresentador da Band Sérgio Costa tentava em vão conter as manifestações.

Pedro Paulo lembrou que o STF arquivou o processo a pedido da PGR (Procuradora Geral da República).
“Você sabe que a procuradoria me inocentou. Você vai passar por isso, de ser acusada de crime que não cometeu”, disse, ao que Jandira reagiu balançando a cabeça negativamente.

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Crivella sorria discretamente enquanto os candidatos trocavam acusações. “Você é acusada de receber propina”, disse Pedro Paulo.