| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Mesmo com a agressividade das últimas semanas da disputa eleitoral e com o resultado apertado deste segundo turno, o prefeito Rafael Greca (PMN) não deve encontrar maiores resistências para compor maioria na Câmara Municipal. Antes mesmo de revelado o resultado das urnas, Greca já contabilizava ao menos 14 parlamentares que declararam apoio a sua candidatura.

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Segundo o vereador Jairo Marcelino (PSD), partidário de Ney Leprevost, o clima no legislativo é favorável para uma composição com o novo prefeito. “Desde que um prefeito faça tudo certinho, que não parta para irregularidades, o vereador não tem como ser oposição. Ele tem que ser crítico, mostrar onde estão os defeitos, fiscalizar as obras que são feitas hoje, ver se estão dentro daquilo que foi contratado”, disse o parlamentar em entrevista ao programa Marge de Erro da Gazeta do Povo, na última terça-feira (25).

A opinião de Marcelino é compartilhada por outros parlamentares. Segundo Serginho do Posto (PSDB), o vereador mais votado nestas eleições, mesmo com a pulverização de partidos na Casa, a construção de uma base de apoio não deverá ser uma tarefa difícil.

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“Nós estamos estreando um momento com 19 partidos na câmara, não temos ainda blocos formados, mas acredito que a base de apoio consiga se consolidar. Vai ser necessária uma construção com os vereadores, mas não diria que será complexa”, afirmou o vereador que apoiou a campanha de Rafael Greca.

Uma opinião recorrente entre os vereadores é a de que as diferenças políticas e partidárias devem ser superadas para que Executivo e Legislativo possam atuar em harmonia. “A gente pensa na cidade. São poderes independentes, mas a gente pensa na cidade, na nossa região. Com esse pensamento é possível construir uma base”, afirmou o vereador Mauro Ignácio (PSB).

O clima harmônico não quer dizer que o prefeito não terá de negociar o apoio dos vereadores. Um parlamentar que parte para um novo mandato a partir do ano que vem afirmou à reportagem que, em razão do grande número de partidos e do fisiologismo da Câmara Municipal, o novo prefeito terá que oferecer cargos no Executivo em troca de apoio para constituir sua base de apoio no parlamento.

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Disputa pela presidência

Com a vitória de Greca, os nomes mais cotados para assumir a presidência da Câmara de Curitiba são o de Sabino Picolo (DEM) e Serginho do Posto (PSDB), ambos filiados a partidos que integram a coligação vencedora.

Sabino Picolo assume seu sexto mandato na Câmara Municipal em 2017 e já tem experiência na presidência da Casa. Ele foi o vice-presidente durante a última gestão de João Claudio Derosso, em 2011 e 2012. Por conta do afastamento do cargo solicitado por Derosso decorrente das denúncias de irregularidades na gestão da Câmara, Sabino assumiu a presidência interinamente. Apesar de ter um desempenho tímido nas sessões plenárias, Picolo tem uma forte atuação nos bastidores da Casa e conta com o apoio de um bom número de vereadores.

Já a favor de Serginho do Posto pesa o amplo apoio popular obtido nestas eleições. O vereador mais votado da Câmara também tem experiência em cargos de destaque na Casa. Atualmente, Serginho do Posto é presidente da Comissão de Economia e nesta legislatura já ocupou cargos na Comissão Executiva e na Mesa Diretora da Câmara.