Fernanda Richa (à esq.), Rafael Greca e Eduardo Pimentel Slaviero (à dir.)| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Exatos sessentas segundos. Esse foi o tempo transcorrido entre a saída do governador Beto Richa (PSDB) e a chegada de Rafael Greca ao Clube Urca, no Ahú. No primeiro grande evento de campanha, o candidato do PMN evitou aparecer ao lado do tucano, que amarga 48% de avaliação ruim e péssima em seu governo entre os eleitores curitibanos. “Ele (Richa) esteve aqui?”, desconversou Greca ao ser indagado sobre o “desencontro”.

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Na noite desta quinta-feira (25), a Federação Comunitária das Associações de Moradores de Curitiba (Femoclam) homenageava a primeira-dama do estado, Fernanda Richa, em comemoração aos 30 anos da entidade. Abordado pela reportagem na chegada ao evento a respeito da avaliação de sua gestão, o governador respondeu apenas um “não comento”. Na sequência, posou para fotos e ignorou a pergunta se os números podem respingar negativamente na campanha de Greca.

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Após tecer críticas pesadas ao prefeito Gustavo Fruet (PDT) no palco do evento (leia mais abaixo), Richa deixou o local às 20h30, segundo o mestre de cerimônias, por ainda ter agenda a cumprir no Palácio Iguaçu. Tão logo o carro do tucano deixou o clube, uma caminhonete que trazia Greca apontou em direção ao salão do evento. Na verdade, o candidato do PMN já aguardava dentro do estacionamento da Urca, somente à espera da saída do novo aliado.

“Nenhum, nenhum”, foi a resposta de Greca sobre se tem receio de ser filmado ou fotografado ao lado do governador nesta campanha. Já à pergunta de se houve coincidência entre o tucano ir embora e ele chegar ao local, o candidato se fez de desentendido: “Não sei. Ele (Richa) esteve aqui? Fui convidado pela Femoclan. Sabia que a dona Fernanda vinha, não sabia que o governador também vinha”.

“Nosso trabalho no campo popular é convergente. A Margarita [Sansone, esposa de Greca] fez um trabalho forte, e a Fernanda sucedeu-a com êxito. Por isso, nós temos o povo e a senhora Fruet não tem”, afirmou em referência a Marcia Fruet, esposa do prefeito Gustavo Fruet (PDT) e presidente da Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS).

Em seguida, visivelmente incomodado com as perguntas, Greca se dirigiu ao assessor de imprensa dizendo: “Já falei pra Gazeta. Chega”.

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Em discurso, Richa chama Fruet de covarde, incompetente e mentiroso

Apesar de evitar a aparição pública ao lado de Rafael Greca, o governador Beto Richa (PSDB) pediu por várias vezes votos para o candidato do PMN e foi duro nas críticas ao prefeito e candidato à reeleição, Gustavo Fruet (PDT). De forma exaltada, fora do que é seu costume, o tucano chamou o pedetista de incompetente, mentiroso e covarde. “Alem de incompetente, é mentiroso. Ele [Fruet] esteve duas vezes comigo pedindo o meu apoio. Por meia dúzia de vezes, ofereceu a vice para o Eduardo [Pimentel, do PSDB e vice de Greca]. Mas, eu não ia trair o povo de Curitiba, indo pelo caminho errado”, atacou.

Durante o discurso, o governador afirmou que a dívida atual da prefeitura é o dobro da que Fruet recebeu, que o pedetista não realizou obras durante o mandato e que a cidade tem mendigos por todos os cantos e apresenta “buraqueira e mato alto”. Mas, o foco principal dos ataques foi a desintegração do transporte coletivo entre Curitiba e a região metropolitana. “Esse prefeito que aí está, se é quem tem prefeito, ele é covarde, é mentiroso, nega na televisão a ajuda que o estado deu a ele: R$ 170 milhões de subsídio e a isenção do ICMS do diesel. Mas, ele desintegrou o sistema, sem respeito nenhum pelo seu povo.”

Segundo Richa, Fruet terceiriza as responsabilidades e só reclama do governo do estado. “É uma vergonha o que acontece hoje. Por isso, optamos pelo Rafael Greca, que é competente e tem um histórico de bons serviços prestados a Curitiba. Se ele [Fruet] não sabe o que fazer, está perdido, deixa que o Rafael faz”, ironizou.

Mais comedido no palco, e ao lado de Fernanda Richa, Greca não tocou diretamente no nome do governador. Preferiu apenas elencar ações em que pretende contar com a ajuda do Executivo estadual: “precisamos da polícia, dos recursos do Paraná Urbano, da integração do transporte coletivo com a região metropolitana”. Ele também procurou minimizar questionamentos a respeito da aliança com Richa. “Agora o nosso partido é Curitiba. E iremos ao governo do estado e ao governo federal para buscar tudo que for possível para a nossa cidade.”

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Ficha técnica da pesquisa

A pesquisa que mostrou o cenário eleitoral em Curitiba, a aprovação de Richa e a de Fruet foi contratada pela Sociedade Rádio Emissora Paranaense S.A e foi realizada entre os dias 19 e 22 de agosto com 602 eleitores. A margem de erro da pesquisa estimulada é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) sob o protocolo Nº PR-04300/2016.