Alvo principal dos adversários desde a divulgação da última pesquisa de intenção de votos para prefeitura de Curitiba*, o candidato Rafael Greca (PMN) diz estar engasgado com os ataques dos adversários. Mirando no prefeito e postulante à reeleição, Gustavo Fruet (PDT), criticou a gestão do pedetista na área de saúde, a qual classificou de “desalmada”.
Além disso, no dia da prisão do ex-ministro petista Antonio Palocci, insinuou a existência de corrupção na administração do principal oponente – o PT ocupa a vice-prefeitura.
Logo ao chegar para uma sabatina no Hospital Erasto Gaertner, na manhã desta segunda-feira (26), Greca demonstrou estar incomodado com os ataques recebidos dos adversários desde a semana passada.
“Como eu me diverti ontem [domingo, no debate da RIC TV]. Estava aqui ó, engasgado. Me aguardem na RPC [TV, no debate marcado para quinta-feira]. Vai ser melhor que a sabatina da Gazeta [do Povo]”, afirmou. “Eles ficam de picuinha, só me atacando, em vez de discutirem os reais problemas da cidade. Eu fico estarrecido. A desinformação deles só não é maior que a ambição.”
Antes de ser anunciado, mencionou ao presidente do Conselho de Administração do hospital, Luiz Negrão, o episódio envolvendo as peças desaparecidas da Casa Klemtz e que estariam na chácara dele, em Piraquara. “Disseram que tem coisa roubada na minha casa. Estou tão bravo.”
Contra-ataques
Do microfone, por cerca de 30 minutos, o candidato do PMN atacou duramente a gestão de Fruet à frente da saúde da capital. Afirmando ainda estar buscando qual o mistério da cidade, disse que a arrecadação da prefeitura subiu de R$ 6 bilhões na administração Luciano Ducci (PSB) para R$ 9 bilhões atualmente.
“Vejam que Curitiba é uma cidade ineficiente, não deprimida. E queira Deus que seja só ineficiente, porque os aliados estão sendo todos presos. Hoje foi o Palocci”, ironizou.
Aos médicos, funcionários e colaboradores do Erasto Gaertner, Greca reafirmou que a saúde será a prioridade número um da prefeitura “ainda que só façamos isso”. E elencou uma lista de problemas da atual gestão: acusou Fruet de “omissão de socorro” por fechar 1.016 leitos do SUS; disse ser inaceitável a administração municipal segurar recursos do SUS devidos aos hospitais, obrigando-os a ir à Justiça para obter o dinheiro; e afirmou que somente 30 das 109 unidades da saúde da capital estavam abertas no último sábado (24) para a campanha de multivacinação de crianças de 10 a 14 anos.
Presença tucana
Ainda assombrado pelo polêmico acordo eleitoral com o PSDB do governador Beto Richa − a quem acatou pesadamente nos últimos anos, enquanto era aliado do senador Roberto Requião (PMDB) −, o candidato Rafael Greca (PMN) teve uma companhia ilustre durante sabatina no Hospital Erasto Gaertner. Marcello Richa, filho do governador, esteve no local e acompanhou parte da fala de Greca na manhã desta segunda-feira (26).
“Ele [Fruet] me acusa de ser desalmado, quando, na verdade, ele é que tem uma prática burocrática desalmada. Não é lícito maltratar a saúde das pessoas com burocracia”, disse. “Uma cidade que tem R$ 1,6 bilhão por ano de orçamento do SUS tem a obrigação de trabalhar com eficiência. Vamos consertar o avião em pleno do voo.”
Para o setor, Greca prometeu contratar 50 novos leitos de UTI e mais 200 de retaguarda para as UPAs; implantar um aplicativo para o agendamento de consultas; bancar um investimento de R$ 8 milhões para obras no Erasto Gaertner já em 2017, para se somar ao mesmo montante liberado pelo governo do estado; e criar o Conselho dos Hospitais, que será formado pelos diretores de cada hospital de Curitiba e se reunirá uma vez por mês com o prefeito.
*A pesquisa foi contratada pela Sociedade Rádio Emissora Paranaense S.A e foi realizada entre os dias 19 e 22 de agosto com 602 eleitores. A margem de erro da pesquisa estimulada é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) sob o protocolo Nº PR-04300/2016.
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