O médico João Guilherme (PSC), vice do candidato à prefeitura de Curitiba Ney Leprevost (PSD), foi o segundo sabatinado desta segunda-feira (10) na Gazeta do Povo. Em transmissão ao vivo, ele foi indagado especialmente sobre sua falta de experiência política, já que a vice-prefeitura pode ser seu primeiro cargo eletivo. Ressaltando sua capacidade de “aprender e exercer função que exija capacidade de liderança e decisão”, ele disse que a falta de experiência política hoje em dia é grande vantagem. “É preciso que população se envolva e se aproxime da classe política. Eu sou emblemático nisso. Sou uma pessoa simples, comum, que tem essa vontade de mudar”, afirma. Apesar disso, ele ainda disse que a responsabilidade seria muito grande se ele assumisse o compromisso sozinho. “Nosso candidato tem experiência política e tem se atualizado. Ele sabe que a política mudou e que a gente quer outro tipo de relação com poder público”, avalia.
Assista à íntegra da sabatina de João Guilherme
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Votações polêmicas
João Guilherme foi cauteloso quando questionado a respeito de projetos polêmicos votados favoravelmente por Ney Leprevost, como deputado estadual, como o auxílio-moradia para juízes e o “tarifaço” de Beto Richa. Ele se absteve de comentários enfáticos, respondendo apenas que “temos que entender o contexto dessas medidas”. “Não tenho agora capacidade de avaliar se eu seria a favor ou contra, até porque não estava fazendo análise da matéria. O que eu sei é que o objetivo dele em ser prefeito é fazer uma gestão boa e mudança na vida das pessoas e eu acho que ela tem essa capacidade”, defende, apenas dizendo que é contra mordomias, e se auxílio-moradia puder ser analisado como tal, se posicionaria contra. “Sou contra qualquer desperdício de dinheiro público. No desperdício você deixa de investir em coisas importantes”, explica.
Filiação ao PSC
O médico conta que a filiação ao PSC se deu por influência de Ratinho Jr, seu paciente, e para quem ele frequentemente se queixava da política. Ao ser questionado sobre o que pensa das posições políticas de alguns de seus correligionários, como Jair Bolsonaro (RJ) e Marco Feliciano (SP), João Guilherme alegou que entrou no partido por ser uma exigência para acessar a vida política. “Não tenho nenhuma afinidade com eles e estou no mesmo partido porque foi o partido que me abriu as portas. Não quer dizer que as pessoas que estão lá são similares a mim e me representam. Acredito que todos os candidatos têm esse tipo de saia justa no partido”, diz. Ele se posicionou como “totalmente contrário” à ditadura militar defendida por Bolsonaro e à homofobia. “A diversidade existe, a gente tem que respeitar, é uma opção e a gente não tem nem que discutir isso. O que digo para minhas filhas é ‘filha, seja feliz, faça o que achar melhor’”, afirma.
Atuação como vice
João Guilherme assegurou que, caso Ney seja eleito, já está definido que ele não assumirá a Secretaria de Saúde. “Claro que terei um papel fundamental, estarei junto com o secretário e acompanharei e fiscalizarei as atividades da área da saúde”, diz. Se ele manterá suas atividades como médico paralelamente, isso ainda não foi descartado. “Minha vocação é ser médico e me orgulho muito da minha profissão. Vou querer participar de maneira atuante. Se for para fazer decoração, não vou aceitar. Quero estar ao lado do prefeito e é o que tenho feito nessa campanha”, ressalta. A confiança é tal que ele doou, de seu patrimônio pessoal, R$ 130 mil para a campanha, “porque eu acredito em mim e que essa é a única opção da gente melhorar”. No entanto, ainda acha cedo para falar sobre pretensões políticas e diz que seu futuro depende de obter sucesso como vice-prefeito e de surgirem outras opções. “Se eu achar que não estou contribuindo ou que não tenho essa capacidade vou continuar vivendo minha vida normal”, conta.
Políticas para saúde
Apesar de garantir que não atuará como secretário da Saúde, ele conta que foi um dos vários médicos que desenvolveram o programa de Leprevost para a área. Questionado sobre uma declaração em entrevista, em que criticou a falta de continuidade de projetos com a mudança de governos, ele diz que não voltaria às práticas da gestão Beto Richa (PSDB) e Luciano Ducci (PSB), que governaram a cidade entre 2009 e 2012. “Falta um plano de governo a longo prazo. A política tem que ser pública, não partidária. O que está bom e funcionando temos que incentivar”, afirma. No caso da saúde, ele avalia que o maior problema no momento é a falta de estrutura física e de valorização profissional dos médicos. Ao contrário do que alega o atual prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), segundo o qual a demanda de Curitiba aumenta por causa de atendimentos a pacientes da região metropolitana, ele aponta como um problema o fato de a demanda da capital não ser resolvida internamente. “Nós temos uma demanda de pacientes, integração e UTI, e temos que fazer com que demanda de Curitiba seja atendida em Curitiba”, critica.
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