A Justiça Eleitoral determinou nesta quinta-feira (22) uma busca e apreensão no comitê de campanha do candidato à reeleição Gustavo Fruet (PDT) para recolher material de campanha que liga o ex-prefeito e candidato Rafael Greca (PMN) ao sumiço de obras da Fundação Cultural de Curitiba.
Na quarta-feira, uma matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo mostrou que a Fundação Cultural apura o desaparecimento de dois lavatórios e uma cristaleira que seriam do acervo da Casa Klemtz, no Fazendinha. A casa foi comprada pelo município na época da gestão de Greca e transformada em patrimônio público.
A matéria diz que oito anos depois do sumiço dos itens, eles apareceram em fotos divulgadas pelo próprio Greca em posts na rede social.
Na decisão desta quinta, o juiz Jederson Suzin, da 174ª Zona Eleitoral de Curitiba, determinou o recolhimento imediato do material de campanha sobre a questão por entender que houve deturpação da informação jornalística. Além disso, o juiz fixou multa de R$ 80 mil em caso de não cumprimento por parte da campanha de Gustavo Fruet.
“Ora, entre uma empresa jornalística pela liberdade que lhe é assegurada constitucionalmente, noticiar uma suspeita e/ou indício de envolvimento e a ação dos representados [a campanha de Fruet] tornar certo o envolvimento [...] o caminho é longo e inconfundível, logo, assume a propaganda características que, ultrapassando o escopo informativo, beira a agressão caluniosa”, diz o juiz no despacho.
Outro lado
Em nota, a campanha de Fruet afirmou que “atendeu a decisão e já recolheu o material, embora o conteúdo tenha reproduzido apenas matérias jornalísticas”. A coligação afirma, ainda que, “Greca acusa em panfleto distribuído pela cidade hoje e usa de informação inverídica. A coligação Curitiba Segue em Frente entrará com representação”.
Entenda o caso
O caso das obras da Fundação Cultural veio à tona na quarta-feira depois de uma matéria do jornal Folha de S. Paulo informar que obras parecidas com as que sumiram da Casa Klemtz foram vistas em fotos divulgadas pelo próprio Rafael Greca em sua chácara, em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba. Em nota, Greca informou que desconhece o sumiço das obras e disse que o mobiliário da chácara pertence ao acervo de sua família.
A Prefeitura de Curitiba, por sua vez, afirmou que vai abrir uma sindicância para apurar o assunto. Na tarde de quarta-feira, dois guardas municipais foram presos monitorando a chácara de Greca, em Piraquara.
A campanha do prefeito admitiu que os guardas municipais detidos faziam parte da coligação do candidato à reeleição. Um dos carros utilizados por eles também está locado em nome da campanha. Em nota, a equipe de Fruet afirmou que os agentes são voluntários da coligação e que agiram sem o conhecimento da coordenação.
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