A Justiça Eleitoral negou, na sexta-feira (21), o pedido liminar do candidato Ney Leprevost (PSD) de impedir a veiculação da propaganda eleitoral do candidato Rafael Greca (PMN) da noite deste sábado (22). Há dois dias, a coligação de Greca vem anunciando que vai revelar “verdades surpreendentes” sobre Leprevost durante o intervalo do Jornal Nacional de hoje, que começa às 20h15.
No pedido, a coligação de Leprevost cita o conhecido caso “Ferreirinha”, episódio da política paranaense quando um falso pistoleiro apareceu no horário eleitoral gratuito, da campanha de 1990, dizendo que matava pessoas a mando do então candidato Carlos Martinez, adversário de Roberto Requião na corrida ao Palácio Iguaçu.
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“O Paraná não tolera mais Ferreirinhas. O Paraná não tolera mais campanhas sujas. O Paraná não tolera mais marqueteiros deturpando verdades”, afirmou a coligação de Leprevost no pedido à Justiça Eleitoral.
A juíza Sayonara Sedano, da 175ª Zona Eleitoral, entendeu que o anúncio da coligação de Rafael Greca não é ilícito até o momento. “O simples chamamento pela parte adversária para que o eleitor assista a sua propaganda, anunciando que falará coisas ‘reveladoras’ a respeito do candidato Ney Leprevost não afigura, por enquanto, medida que mereça ser reprimida”, disse na sentença.
Porém a juíza destacou no despacho que está atenta a qualquer violação à legislação eleitoral que possa ocorrer na propaganda da coligação de Greca, “não tolerando qualquer ofensa que possa ser veiculada”.
Faroeste eleitoral
Na eleição ao governo do Estado, em 2014, o então candidato Roberto Requião (PMDB) anunciou durante uma semana que iria disparar no programa televisivo eleitoral uma “bala de prata” que encerraria a carreira política do candidato à reeleição Beto Richa (PSDB). O programa levado ao ar, porém, falou apenas da relação do peemedebista com as mulheres, enquanto eram exibidas fotos da mãe, da esposa e da filha dele.
Apesar de a ameaça não ter se concretizado, a “bala de prata” de Requião causou preocupação na campanha de Richa, sobretudo porque o programa do peemedebista seria exibido na sequência do programa do tucano. Tanto é que a campanha do atual chefe do Executivo usou um longo depoimento do ex-governador Orlando Pessuti – antigo aliado e hoje inimigo declarado de Requião –, no qual ele dizia que o candidato do PMDB tem o histórico de fazer qualquer coisa para vencer uma eleição.
O referido histórico é justamente o caso “Ferreirinha”, que só foi esclarecido depois que Requião já havia vencido a eleição de 1990. O tal matador era um ator que havia sido pago para dizer aquilo.
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