A Lava Jato foi o único tema que interrompeu a cordialidade durante o debate entre os candidatos Ney Leprevost (PSD) e Tadeu Veneri (PT) realizado pela Gazeta do Povo nesta quinta-feira (15). Enquanto Leprevost defendeu incondicionalmente a operação, o candidato petista criticou a “parcialidade e seletividade” das investigações.
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“No governo do PT a corrupção foi institucionalizada, mesmo. Ela virou uma maneira de comprar outros partidos, também corruptos, para que eles votassem a favor do governo. E além disso, claro, teve bastante gente que era de esquerda, que defendia o socialismo, mas que acabou enriquecendo e gostou de toda aquela mordomia que conseguiu”, afirmou Ney Leprevost, enaltecendo a importância da Lava Jato no combate à corrupção.
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Leia a matéria completaVeneri respondeu que também apoia as investigações, mas não com a “parcialidade” com que vêm sendo conduzidas. “Esse processo da corrupção é enraizado em nossa cultura e deve ser combatido o tempo todo. O que eu não concordo é com a seletividade”, afirmou Veneri, questionando o fato de outros casos de corrupção – que não envolvem o PT – não terem avançado como a Lava Jato.
Críticas à Cohab
Nas discussões sobre a cidade, os dois candidatos apontaram falhas na condução da política habitacional do município pela Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab).
“Eu percebo que na atual gestão há uma politização muito grande da Cohab. Eu, quando for prefeito de Curitiba, não pretendo fazer nomeações políticas para cargos técnicos”, afirmou Leprevost. Para ele, a Cohab tem que ter uma administração técnica, “e ao mesmo tempo uma administração que tenha um olhar mais humano, mais solidário e menos burocrático”.
Já para Tadeu Veneri, os servidores da Companhia de Habitação têm boa qualidade técnica, o maior problema, na visão do candidato petista, é a forma como a Cohab tem atuado. “A Cohab tem um quadro técnico extremamente qualificado. O problema da Cohab é que ela age muitas vezes muito mais como uma grande imobiliária, na especulação imobiliária, inclusive”, disse.
Segundo Veneri, as pessoas que precisam de moradia ocupam áreas sem infraestrutura e com o tempo vão construindo ruas, calçamento, esgoto e iluminação. Depois das construções, as áreas se valorizam e o executivo – que em alguns casos é proprietário do terreno -, em vez de regularizar a área cobra dos moradores o pagamento pela terra. “Obviamente que isso é especulação”, afirmou o candidato.
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Leia a matéria completaPropostas
Além de habitação, a maior parte do debate se concentrou nas áreas sociais, especialmente saúde e educação. Nestes temas, Veneri propôs a carga-horária de 30 horas para professores de CMEIs e defendeu que haja eleições diretas para diretores dos centros de educação infantil. Além disso, o candidato petista defendeu também a criação espaços nas ruas da cidadania onde as pessoas possam deixar seus filhos temporariamente.
Já Leprevost propôs a criação de CMEIs que funcionem até a meia-noite para acolher filhos de pais que trabalhem no período noturno. O candidato também defendeu a construção de dois postos de pronto atendimento infantil que tenham pediatras 24 horas por dia.
Atraso
O candidato Ney Leprevost chegou atrasado para o debate desta quinta-feira (15). Por isso, durante sete minutos, o mediador do debate, Rogério Galindo, fez uma entrevista apenas com Tadeu Veneri no estúdio. Esse procedimento estava nas regras do debate que foram acordadas com as assessorias dos candidatos.
As frases dos candidatos
Se você não fosse do PT, teria ganhado o meu voto
Eu defendo que ao menos um CMEI por regional de Curitiba tenha horário estendido até às 19 horas
Uma das coisas que quero fazer é chamar os aprovados no concurso da Guarda Municipal e aumentar o efetivo da guarda de fato. Eu entendo que a guarda não pode ser relegada a ficar apenas cuidando de patrimônio público
Sou contra o VLP (veículo leve sobre pneus) porque isso manteria a prefeitura refém dos empresários de ônibus em relação a esse novo modal, mas se eu colocar um trilho eu já não tenho que ficar refém deles, então sou a favor do VLT (veículo leve sobre trilhos)
[A Guarda Municipal]não pode ser a guarda pretoriana do prefeito, ela não pode ser a guarda que venha a conter distúrbios, não é para isso que ela está preparada
Curitiba tem hoje cerca de 380 áreas consideradas não regulares. É uma verdadeira cidade invisível com mais de 200 mil pessoas morando
[É preciso] que nós tenhamos uma abordagem diferenciada para os moradores de rua, inclusive com banheiros públicos gratuitos na cidade, coisa que não acontece. Essas pessoas, obviamente têm a mesma necessidade que qualquer cidadão
Nossa proposta é 30% para educação. Não é 26, não é 25, não é 26,5; é 30%, que este ano não vai ser cumprido. Eu sei que o prefeito Gustavo Fruet, por quem tenho grande respeito como pessoa, tem se empenhado em dizer que vão cumprir os 30%, não vão. No orçamento, da forma como está hoje, não tem como cumprir
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