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| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O candidato à reeleição Gustavo Fruet (PDT) não conseguiu repetir neste ano o desempenho de 2012. Com 20,03% dos votos, o prefeito ficou em terceiro lugar no pleito, 34 mil votos atrás do candidato Ney Leprevost (PSD).

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No papel de vidraça após quase quatro anos como prefeito, durante a campanha Fruet prestou contas, atacou seu principal oponente - Rafael Greca (PMN) -, mas não conseguiu arrancar para o segundo turno, como em 2012, quando passou raspando, conseguindo se eleger em seguida contra Ratinho Jr. (PSD).

Campanha de prestação de contas

Sem se licenciar do cargo de prefeito e longe do PT, neste ano Fruet teve que explicar os problemas de sua gestão. No começo da campanha, o prefeito fez de suas peças eleitorais no rádio e na televisão uma prestação de contas à população. Tentou informar sobre suas realizações. Seus programas eleitorais foram pautados por uma espécie de relatório do que foi feito, mas com poucas pitadas do que poderia vir pela frente, caso fosse reeleito.

No final de agosto, ele chegou a explicar que sua gestão foi a que menos gastou com publicidade. Precisava mostrar o que fez. “Nós não patrocinamos blogs, que era uma prática da prefeitura de Curitiba, mantida pelo governo do estado. Mas intensificamos o diálogo com a população. Felizmente estamos discutindo gestão, o que deve e o que poderia ser feito. Não estamos discutindo desvios e muito menos desvios de conduta”, ressaltou em sua primeira entrevista à Gazeta do Povo durante a campanha.

Fruet manda mensagem nas redes sociais

Ao ataque

Aos poucos, porém, Fruet foi mudando de postura. Com pouco mais de um mês de campanha, teve que partir para o ataque logo após a segunda pesquisa eleitoral Ibope/RPC* mostrar que Greca venceria no primeiro turno com 45% das intenções de voto.

A mudança de postura foi incisiva, com uma ajuda do próprio Greca que afirmou em sabatina na PUCPR que vomitou ao dar carona a um pobre. A declaração virou mote da campanha de Fruet, tanto no discurso como nos programas eleitorais. Leprevost ficava longe do foco do prefeito.

“Essas declarações dele (Greca), mais que um ato falho, mostram efetivamente quem ele é. Muitas vezes é um fanfarrão e, por vezes, faz bravatas. O tipo de ironia que ele usa ficou muito expressa na declaração na PUC sobre os pobres”, atacou o prefeito na última semana.

Feitiço se virou contra feiticeiro

Os ataques ao Greca, no entanto, se viraram contra Fruet. Após o prefeito abrir uma apuração administrativa sobre várias obras desaparecidas há anos na Casa Klemtz, dois guardas municipais foram detidos pela Polícia Civil de Piraquara, próximos à chácara de Greca.

A assessoria de Fruet chegou a confirmar que os guardas eram voluntários da campanha. Um deles estava de licença e o outro de folga. Três das 21 obras desaparecidas estariam na chácara do ex-prefeito. A suspeita apareceu após fotos internas do imóvel mostrarem peças muito parecidas com as que sumiram.

O problema é que o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ) suspendeu a sindicância aberta para apurar o desaparecimento de obras da Casa Klemtz. O TJ entendeu que a apuração não poderia ser usada como “instrumento para favorecimento ou prejuízo a nenhum dos candidatos que disputam as eleições municipais de 2016, em possível desvio de finalidade ou abuso de poder”. Distante da polêmica, Leprevost acabou crescendo no final da campanha.

*A pesquisa foi contratada pela Sociedade Rádio Emissora Paranaense S.A e foi realizada entre os dias 15 e 18 de setembro com 805 eleitores. A margem de erro da pesquisa estimulada é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) sob o protocolo Nº PR-01610/2016.

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