O protesto do último domingo (4) que pediu a saída do presidente Michel Temer da Presidência da República gerou reações diferentes por parte dos candidatos à prefeitura de Curitiba. Entre os prefeituráveis há os que defendem o direito a manifestações – desde que pacíficas – e há, também, posicionamentos favoráveis aos atos de violência. Confira a opinião de cada candidato:
Gustavo Fruet (PDT)
O atual prefeito e candidato à reeleição, Gustavo Fruet, lamentou a os atos de violência e disse que a Prefeitura está cobrando um posicionamento dos órgãos de segurança.
“É lamentável que o direito a livre manifestação ainda seja confundido com violência gratuita, que dá margem a reações. Oficiamos hoje o Ministério da Justiça, a Secretaria de Estado da Segurança Pública e o Ministério Público com pedido de providências e acompanhamento”, disse o prefeito.
Maria Victoria (PP)
Filha do ministro da Saúde de Michel Temer, Ricardo Barros, a candidata Maria Victoria foi contundente na crítica aos protestos. “Todos têm o direito de se manifestarem de forma pacífica, como fizemos nós, que fomos para a rua exigir mais respeito pelo dinheiro público, em atos realizados por famílias, idosos e crianças. Mas os vândalos, que provam não ter qualquer consideração pelo patrimônio público ou privado, devem ser punidos. E outra: não foi golpe. Golpe é rasgar a Constituição e permitir que uma presidente cassada continue elegível”, afirmou.
Ney Leprevost (PSD)
O candidato gravou um vídeo e divulgou em suas redes sociais ainda durante a madrugada de segunda-feira (5) criticando a violência dos protestos. “Criminosos travestidos de manifestantes depredaram patrimônio privado e picharam imóveis de pessoas físicas aqui na rua Vicente Machado, em Curitiba”, disse Leprevost. Ele afirmou que se estivesse à frente da prefeitura teria agido de forma diferente. “Teremos um compromisso intransigente com a liberdade de expressão, mas eu não vou admitir que o seu patrimônio seja depredado em nome de uma causa, seja ela qual for”, disse.
Rafael Greca (PMN)
À Gazeta do Povo, o candidato Rafael Greca também reprovou os atos violentos. “As manifestações fazem parte da história democrática. Já os atos de vandalismo não podem ser aceitos. Eles são contrários à cidade e à cidadania”, afirmou.
Requião Filho (PMDB)
Candidato à prefeitura de Curitiba pelo PMDB, partido que teve a sede atacada no ato de domingo, Requião Filho defendeu o direito às manifestações. “A manifestação é válida. A indignação da juventude com os partidos faz parte da democracia. Afinal de contas, o PMDB lutou para que esse tipo de manifestação fosse permitido no Brasil”, disse.
Ele minimizou a depredação do partido. “Isso é indignação mal orientada. Alguns poucos membros são contra tudo, não são a favor de nada. Foi um excesso de alguns poucos meninos”, afirmou. O candidato também sugeriu a hipótese de os atos terem sido cometidos por pessoas ligadas ao PSDB. “Quem sabe não é o pessoal ligado ao governo do estado, mascarado para criar confusão?”, aventou.
Tadeu Veneri (PT)
O candidato petista esteve na manifestação e durante a marcha gravou um vídeo que foi divulgado em suas redes sociais. “Curitiba não é uma cidade conservadora, como muitos acreditam, como muitos gostariam que fosse, mas é uma cidade de todas as cores, de todos os amores e de todas as lutas”, disse.
Veneri, entretanto, condenou a violência nas manifestações. “Defendemos o direito a livre manifestação, mas somos contra violência seja por parte do cidadão que vai à rua protestar seja por iniciativa do Estado, que reprime os movimentos”, disse.
Xenia Mello (PSol)
A candidata da Frente de Esquerda (PSol/PCB) também participou do protesto e foi a única a não condenar os atos de violência praticados na marcha. “Antes de tentarmos domesticar, embranquecer, colonizar os atos precisamos acolher outras formas de agir e se insurgir”, publicou em uma rede social. Ela escreveu ainda que gostaria que “todos aqueles que tentam prescrever a forma como o outro deve agir diante da revolta contra o Temer canalizasse sua energia para pedir liberdade para Rafael Braga”, disse em referência ao jovem preso com duas garrafas de produtos de limpeza durante as manifestações de 2013, no Rio de Janeiro.
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